Amanhã se comemora o Dia Mundial de Combate à Tuberculose
Por decisão do Ministério da Saúde, desde fevereiro os pacientes de tuberculose estão recebendo um novo tratamento no Brasil. A nova terapia baseia-se no acréscimo de um medicamento – o etambutol – aos três que vinham sendo usados, e na administração desses quatro medicamentos numa mesma drágea. Sua principal vantagem é facilitar a ingestão dos medicamentos e impedir que, usados em separado, possam induzir ainda maior resistência dos bacilos a esse tratamento.
“A mudança é positiva, mas revela que a resistência do bacilo às drogas aumentou e que falta um controle adequado da doença no país”, avalia o pneumologista Renato Gutierrez, da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Rio Grande do Sul (SPTRS). Ele salienta que a incidência de tuberculose se mantém alta no Brasil, com cerca de 90 mil novos casos ao ano, taxa que tem se mantido com pequenas variações desde a década de 1980.
“A resistência do bacilo aos medicamentos aumenta porque muitos abandonam o tratamento, que dura seis meses. Falta organizar e preparar o serviço de saúde para exercer um maior controle, especialmente entre as comunidades mais pobres, que são as grandes vítimas da doença”, diz o especialista.