A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje a 19ª fase da Operação Lava-Jato e cumpre 11 mandados judiciais. A ação da PF ocorre em três Estados: São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. A nova etapa, batizada de “Nessum Dorma”, se dá em razão do andamento das investigações na diretoria Internacional da Petrobras e no setor elétrico.
Segundo a PF, a 19ª etapa é um desdobramento das apurações realizadas nas fases 15, 16 e 17 da Operação e revela um aprofundamento das investigações sobre o esquema atribuído ao PMDB na área Internacional da empresa. Dois acusados de operar propinas para o partido na petrolífera estão depondo em delação premiada: Fernando Soares, o “Baiano”, e o lobista Jorge Luz, apontado como o mais antigo operador da estatal.
José Antunes Sobrinho
Na nova etapa da operação, foi preso José Antunes Sobrinho, sócio da Engevix. Ele é suspeito de ter pago propina de R$ 140 milhões para a Aratec, empresa que pertence a Othon Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear preso e processado por corrupção e lavagem de dinheiro.
João Augusto Rezende Henriques
Apontado como lobista do PMDB, João Augusto Rezende Henriques foi preso temporariamente durante a nova fase da Lava-Jato. Uma offshore controlada por Henriques teria sido usada para abrir contas que movimentaram US$ 10,8 milhões em propinas do PMDB, afirma o Ministério Público Federal (MPF) na denúncia em que atribuiu corrupção e lavagem ao ex-diretor de Internacional da Petrobras Jorge Zelada, também preso.
O valor seria por contrato assinado por uma multinacional com a diretoria Internacional da Petrobras, em 2008, para fornecimento do navio-sonda Titanium Explorer, usado para exploração em águas profundas.
“O pagamento de vantagem indevida destinada ao partido PMDB ocorreu por intermédio do lobista João Augusto Rezende Henriques”, afirma o MPF.
“Caberia a João Augusto Rezende Henriques realizar o pagamento da vantagem indevida em favor do PMDB, enquanto Hamylton Padilha se encarregaria de pagar a parte da propina destinada a Eduardo Musa e Raul Schmidt Felippe Junior. Este, por sua vez, transferiria a parte da propina devida a Jorge Luiz Zelada”, aponta a acusação. Musa, ex-funcionário da Petrobras, e Padilha também são réus pelos mesmos crimes que Zelada.
Para a Lava-Jato, o contrato que envolveu propina para Zelada e o PMDB foi uma continuidade do esquema montado em dois outros contratos semelhantes firmados pelo antecessor na área Internacional da estatal, Nestor Cerveró, que ocupou a diretoria de 2005a 2008.
Fonte: Valor Online