O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e a Secretaria Estadual de Ressocialização (SERES) estão investigando uma denúncia feita por Agentes Penitenciários de Salgueiro, afirmando haver corrupção no presídio da cidade. O gerente da instituição estaria recebendo dinheiro de presos em troca da redução de pena. Os detentos pagariam de R$ 200 a R$ 300 reais por atestados de estudo e trabalho que em conseqüência reduziriam suas penas em vários meses.
Um dossiê foi divulgado com quase 100 nomes de presos supostamente beneficiados sem nem sequer trabalhar ou pegar num livro para estudar, todo o conteúdo foi repassado para a SERES. Um dos presos com o nome na lista de beneficiados teria cursado a universidade, porém teve sua pena reduzida 56 dias por ter feito 1.120 horas do curso de alfabetização para adultos. No documento também constam dois atestados com o nome dele, somando 577 dias de trabalho. A redução de pena total para este preso seria de 248 dias.
Grande parte dos atestados estão assinados pelo gerente do presídio, Luiz Fábio Rodrigues Carvalho de Souza, o Fabinho. No dossiê há autorizações para saídas temporárias. Ainda segundo o documento alguns presos do regime semi-aberto extrapolam o número permitido de saídas (35).
Em um bilhete dirigido ao gerente do presídio um detento pede ajuda em troca de algum favor, – Senhor me ajuda e eu ajudo o senhor, – escreveu um dos presos. Fabinho nega as acusações, segundo ele o dossiê pode ser armação de alguns funcionários do presídio contra ele, por vingança, mas admite que haja mais detentos trabalhando que as vagas de emprego remunerado disponíveis.
Marcellus Ugiette, Promotor das Execuções Penais, afirma que caso as denúncias sejam verdadeiras, elas são gravíssimas.
Com informações do Jornal do Commercio