Uma história pra lá de curiosa e um pouco esquisita tem dividido a opinião dos moradores de Serra Talhada, o cantor e compositor Rui Grudi, que vive na cidade, quer um cemitério em casa e foi parar na Justiça com seu pedido.
Rui Grudi quer ter em casa uma lembrança inusitada das duas pessoas que mais amou: os pais. Não haveria problema nenhum se essa lembrança não fosse o crânio do pai e da mãe. A vitrine, chamada de fiteiro – segundo ele, um lugar para fitar – foi construída exatamente para que os ossos ficassem expostos em casa.
Rui Grudi chegou a mantê-los em casa por dez anos até que a história chegou aos ouvidos da juíza de Serra Talhada, Eliane Carvalho. “Achei um absurdo, porque não é normal a pessoa guardar em casa parte humana. Isso é um crime previsto no artigo 210 do Código Penal, que é violação de sepultura”, explicou a juíza.
Um dia, a polícia apareceu com um mandado de busca e apreensão e levou os crânios para o fórum da cidade e, depois, de volta ao cemitério. Todo mundo em Serra Talhada ficou sabendo.
O jazigo da família parece abandonado: Rui Grudi não botou nenhuma lápide porque não desistiu da idéia de trazer para perto dele os crânios dos pais. Só que agora sem correr o risco de ser enquadrado no crime de violação de sepultura, como aconteceu antes. Ele está seguindo os trâmites exigidos por lei e espera transformar parte do terreno da chácara num cemitério.
Fonte: Globo Nordeste