Existem muitas maneiras de se coagir alguém a fazer ou deixar de fazer algo. Em Salgueiro, toda vez que o atual prefeito quer que seja aprovado um projeto de seu interesse, mesmo que contrarie o município, beneficiando uns poucos, em vez de ir à Câmara explicar as razões de sua proposição, se aproveita de recessos parlamentares e envia as matérias no apagar das luzes dos períodos legislativos, sem constar nem justificar pedido de urgência. Costuma colocar carros de som na rua, ameaçando aquele que votar contra a sua pretensão.
Neste final de ano, mais precisamente há oito dias, foi distribuído às Comissões da Câmara um Projeto de Lei pedindo autorização para contrair um empréstimo junto a Caixa Econômica Federal, destinado à melhoria de infraestrutura de Salgueiro.
Até aí tudo bem, só que o projeto não faz qualquer referência a quais obras serão realizadas, não apresenta nenhum projeto de construção nem planilhas de custos de serviços e materiais. Fizeram circular uma lista de ruas a serem calçadas, sem constar no projeto. Logo, o que não está na lei não está no mundo.
Ademais, o empréstimo de 5.784 milhões, terá juros de 6% ao ano, igual à poupança, além de taxa de administração, taxa de risco e correção monetária, ou seja, um endividamento para nunca mais o povo poder pagar, pois há uma carência de quatro anos – 48 meses, significando dizer que todos os encargos serão acumulados para serem pagos pelos próximos gestores – quem morrer daqui prá lá não paga, mas quem estiver vivo, também não pagará porque não tem condições. Isso porque com esses altos encargos, a dívida quando vencer a primeira parcela – quatro anos após assinatura do contrato, praticamente já representa o dobro do empréstimo.
Ao atual prefeito, que teve oportunidade de investir, especialmente diante da arrecadação recorde de impostos decorrentes grande desenvolvimento que aconteceu nos últimos
anos com as obras da transposição, transnordestina e tantas outras, sem precisar endividar o município não o fez, nem mesmo os investimentos com verbas liberadas do governo federal e estadual, como: reforma centro de abastecimento; construção de matadouro de caprinos e ovinos, reforma da casa da cultura, do centro de convenções, de diversas quadras esportivas, e por vai…
Esperamos que aconteça uma grande mobilização da sociedade através de audiências públicas, onde o prefeito possa explicar minuciosamente os custos do empréstimo e os técnicos especifiquem os investimentos, tudo baseado em projetos.
Que seja abolida de vez essa quebra de braço do Executivo com a Câmara, mas que um Poder respeite o outro e não fiquem jogando para a plateia fatos inverídicos e danosos ao município e seu povo, quem de fato paga a conta.
Por Alvinho Patriota