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Vacina experimental contra o ebola imuniza primatas por 10 meses

Cientistas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, sigla em inglês) publicaram neste domingo na revista Nature Medicine os resultados de um novo experimento com uma vacina contra o ebola no qual foi possível imunizar primatas por dez meses, o período mais longo até agora. Em testes anteriores, um número pequeno de macacos foi imunizado durante o prazo de quatro a cinco semanas. Esses resultados foram considerados promissores e levaram à autorização dos primeiros testes da vacina em humanos, que estão previstos para este mês.

O grupo liderado pela pesquisadora Nancy Sullivan conseguiu imunizar os primatas contra a cepa do vírus conhecida como Zaire, a mesma que castiga a África Ocidental e que pode ter infectado mais de 20 mil pessoas nas últimas semanas, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em uma primeira fase do experimento, os primatas receberam uma dose da vacina baseada no vetor adenoviral Chade3. Oito semanas depois, foi administrada uma segunda dose de reforço com um vetor diferente, baseado no vírus modificado Ancara (MVA). Essa combinação foi a mais efetiva até agora em primatas, apesar de os cientistas afirmarem que uma única dose da vacina Chade3 é suficiente para fornecer proteção completa no curto prazo e uma defesa parcial durante vários meses.

Os cientistas do NIH trabalham com um adenovírus proveniente de chimpanzés, já que muitas pessoas foram expostas a adenovírus humanos e seu sistema imunológico tende a neutralizá-los. Os autores do estudo afirmam em suas conclusões que a versão final da vacina poderia ajudar a conter o surto de ebola que assola a África Ocidental.

A primeira fase dos testes clínicos em humanos, em 20 voluntários não infectados, começará com o apoio do NIH e do grupo farmacêutico GlaxoSmithKline em Maryland (EUA). Além disso, estão previstos experimentos paralelos no Reino Unido.

Fonte: Época