Teste da semana de 4 dias no Brasil revela que maioria sente mais energia para realizar trabalho

O resultado parcial do teste semanal de quatro dias no Brasil revela que 8 em cada 10 participantes sentiram mais energia para a realização de tarefas. Ainda segundo o relatório, pouco mais de 1/4 das organizações levaram algum tempo para conseguir reduzir o tempo de trabalho. Ao todo, 21 empresas de vários setores no Brasil estão envolvidas no projeto-piloto para testar a viabilidade do modelo 100-80-100 (manter 100% do salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% do nível de produtividade). O documento foi divulgado nesta terça-feira, 30.

No País, o experimento é conduzido pela 4 Day Week Global, uma comunidade sem fins lucrativos que realiza projetos-piloto como esse em todo o mundo, e pela brasileira Reconnect Happiness at Work em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Boston College.

A iniciativa, inédita no Brasil, já foi testada e concluída em países como África do Sul, Nova Zelândia, Portugal e Reino Unido.

Com duração de seis meses, o experimento teve início em janeiro deste ano – com 22 empresas, mas uma desistiu após um mês – e deve ser finalizado em junho. Dos 280 funcionários ativos no programa, a composição é a seguinte:

– Mulheres – 59,3%

– Pessoas brancas – 72,2%

– Pessoas pretas – 5,7%

– Pessoas amarelas – 2,3%

O modelo presencial é o predominante entre as empresas participantes (40,2%).

Sobre o dia de folga, mais da metade decidiu tirar às sextas-feiras (60,2%), seguido pelas segundas (22,1%). Outros optaram por eliminar a quarta-feira ou estabelecer acordos que permitem que o colaborador escolha o dia de descanso.

Impacto no trabalho e no bem-estar

O movimento da semana de 4 dias defende que o regime de trabalho mais flexível pode proporcionar um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional sem prejudicar a produtividade. No Brasil, o resultado parcial do experimento concluiu um aumento de (78,1%) de energia para amigos e família. Além disso, mais da metade percebeu uma melhoria para conciliar vida pessoal e profissional (57,9%).

No ambiente de trabalho, cerca de (82,4%) dos participantes sentiram mais energia para realizar tarefas. Em relação ao nível de estresse no trabalho, 62,7% notaram uma redução nos sinais de exaustão.

Questionados sobre como reagiriam a uma proposta de emprego em outro lugar, 28,6% disseram que não mudariam de empresa para atuar cinco dias por semana por salário nenhum.

No que diz respeito ao convívio com o líder ou gestor direto, menos da metade apontou uma melhoria na relação (44%). Conforme o balanço, os participantes sentiram-se “mais dispostos, felizes e criativos no ambiente de trabalho.”

Dificuldades para adaptação e gestão de prazo

Embora os níveis de bem-estar sejam promissores, alguns dados do relatório parcial indicam que as organizações enfrentaram algum grau de dificuldade para se adaptar ao novo modelo de trabalho.

Nem todos conseguiram reduzir o tempo de trabalho de forma imediata. No começo do teste, 15,7% levaram quatro semanas para se adequar, quase metade (41,2%) demorou três semanas para a adaptação da jornada reduzida. Outros 27,5% gastaram duas semanas.

Ao longo dos três meses iniciais de teste, os trabalhadores demonstraram desafios em “relação à gestão de prazos e ao equilíbrio entre demandas internas e externas”, sugere o documento parcial.

Outros resultados

– Melhoria na execução de projetos (61,5%)

– Capacidade de cumprir prazos (44,4%)

– Maior colaboração no trabalho (85,4%)

– Iria para um emprego com semana de 5 dias com aumento acima de 50% da remuneração atual (36,8%)

– Não mudaria de emprego para trabalhar 5 dias por qualquer valor (28,6%)

Fonte: Estadão

Governo empenha R$ 14 bilhões em emendas parlamentares em quatro meses

O empenho (autorização) de emendas parlamentares atingiu a marca de R$ 14 bilhões nos quatro primeiros meses do ano, disse nesta terça-feira (30) o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Em publicação na rede social X, antigo Twitter, o ministro anunciou o cumprimento do compromisso com o Congresso.

“Estamos fechando o dia de hoje, 30 de abril, com um recorde de publicação de empenhos de emendas parlamentares. Ultrapassamos R$ 14 bilhões publicados para empenho dessas emendas parlamentares, entre emendas individuais e emendas de bancada. Isso é mais recurso para a saúde, para a estrutura das cidades. O Ministério da Saúde foi o campeão já nesse empenho. Parabéns ao trabalho do Ministério da Saúde”, afirmou Padilha no vídeo, de quase dois minutos.

Segundo Padilha, a maior parte dos recursos das emendas foi destinada a ações de saúde.

“Mais de 90% desses recursos são para redução de filas de cirurgia, redução de filas de exames, apoiar o trabalho das equipes da saúde da família, dos agentes comunitários de saúde, reforço dos hospitais, para as Santa Casas, ações que contribuem para a saúde do nosso povo”, acrescentou.

O ministro ainda fez uma comparação com anos anteriores. Nos quatro primeiros meses de 2023, disse Padilha, o volume de emendas empenhadas estava em R$ 350 milhões. Em relação ao primeiro quadrimestre de 2020, ano das últimas eleições municipais, os R$ 14 bilhões equivalem a mais de três vezes o gasto autorizado.

Padilha disse haver espaço de quase R$ 1 bilhão em emendas individuais cujos gastos ainda não foram indicados pelos municípios, pelas entidades nem pelos parlamentares beneficiados. Por causa da legislação eleitoral, os recursos precisam estar empenhados até 30 de junho.

O Executivo estava sendo pressionado pelo Congresso a liberar R$ 11 bilhões em emendas parlamentares até o fim de abril. O governo, no entanto, até agora cumpriu apenas a fase de empenho (autorização), enquanto os deputados e senadores cobravam a execução (o pagamento) das emendas nesse período.

A autorização garante o pagamento das emendas nos próximos meses, já que a legislação eleitoral veda apenas o empenho a partir do segundo semestre. O Orçamento obedece a três fases: empenho (autorização), liberação (quando o governo verifica se o serviço foi executado) e pagamento (desembolso efetivo dos recursos).

Fonte: Agência Brasil

Morte de advogado em frente à OAB do RJ foi ‘recado’ contra exploração legal de apostas, diz MPRJ

O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou três suspeitos pela morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, executado a tiros em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio em fevereiro deste ano. Na denúncia, a promotoria ressalta que a morte de Marinho foi um ‘recado’ da máfia de contravenção do RJ contra a exploração legal de jogos de aposta online.

A denúncia apresentada pela promotoria dá conta de que o advogado foi morto em local público, em frente à sede da OAB, em plena luz do dia. “Há fortes indícios de que a máfia, com a execução, tenha pretendido dar ‘um recado'”, revelou o MP.

O MPRJ denunciou Cezar Daniel Mondego de Souza, Eduardo Sobreira Moraes e o policial militar Leandro Machado da Silva, que foi afastado da função e perdeu o porte de arma de fogo sob determinação da Justiça.

O PM é apontado como o responsável por providenciar os carros usados no ataque. Cezar Daniel é suspeito de ter monitorado a vítima, enquanto Eduardo Sobreira é apontado pela polícia como responsável por seguir a vítima e dirigir o carro para Cezar Daniel antes do assassinato.

Na denúncia, a promotoria revela que o trio monitorou o advogado antes da execução do crime e que Marinho não teve a oportunidade de se defender. “[A vítima] foi atingida por diversos disparos de arma de fogo, quando se encontrava de costas, em típico ato de execução sumária”.

O Ministério Público ressaltou, também, que o crime foi cometido por motivo ‘torpe’: “Demonstração de força e poder, haja vista que a atuação profissional da vítima, como advogado, vinha incomodando interesses escusos de organização criminosa atuante, dentre outras atividades, na exploração de jogos de apostas online”, apontou a promotoria.

A denúncia foi apresentada na última sexta-feira, 26, à Justiça do Rio de Janeiro pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela 4ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital, ligados ao Ministério Público estadual.

Relembre o caso

O crime ocorreu por volta das 17h do dia 26 de fevereiro, na Avenida Marechal Câmara, próximo à OAB e Marinho & Lima Advogados, escritório em que Rodrigo Marinho Crespo era sócio-fundador. De acordo com testemunhas, os criminosos estavam em um veículo branco.

De acordo com a polícia, o veículo em que o assassino chegou estacionou em uma fila dupla. Na sequência, ele saiu do banco traseiro, deu cerca de três passos e, em seguida, iniciou os primeiros disparos. Ao que parece, um dos criminosos chegou a chamá-lo antes dos tiros.

O criminoso continuou atirando contra o advogado, que já estava caído no chão. Após o ataque, o assassino retornou rapidamente para o veículo, que estava com a porta aberta. Ainda de acordo com a polícia, toda a ação durou apenas 14 segundos.

O advogado tinha o hábito de descer do escritório para tomar café e conversar com as pessoas. O crime foi registrado pelas câmeras de segurança da área e, segundo informações de policiais civis, o criminoso teria efetuado pelo menos 15 disparos de uma pistola 9 mm. Investigadores recuperaram pelo mais de dez  cápsulas no local.

Fonte: Terra

Padre é acusado de roubar R$ 207 mil de paróquia para jogar Candy Crush nos EUA

Um padre católico da Pensilvânia, nos Estados Unidos, está sendo acusado de roubar US$ 40 mil (R$ 207 mil) de uma paróquia do condado de Chester e usar parte do valor em jogos para celular, como Candy Crush e Pokémon Go.

Lawrence Kozak foi preso no dia 25 de abril, acusado de roubo e crimes relacionados. As autoridades dizem que ele acumulou dezenas de milhares de dólares em despesas ao longo de três anos e que parte do dinheiro foi usado nos games.

Essas despesas estariam relacionadas aos jogos Candy Crush Saga, Cash Frenzy, Mario Kart Tour, Pokémon Go e no caça-níqueis para celular do “Mágico de Oz”, segundo a polícia.

A arquidiocese emitiu uma declaração dizendo que Kozak foi colocado em licença administrativa da igreja de São Thomas More após uma revisão da atividade financeira da paróquia em 2022.

“Essa revisão resultou em questionamentos de certas despesas e níveis de gastos utilizando fundos paroquiais. A Arquidiocese então encaminhou o assunto para as autoridades.

“A Arquidiocese e a paróquia continuarão cooperando com as autoridades policiais à medida que a questão criminal entra na sua próxima fase. Enquanto se aguarda o resultado do processo criminal, o Padre Kozak permanece em licença administrativa”, pontuaram.

Fonte: CNN

Portaria reajusta auxílio-alimentação de servidores federais de R$ 658 para R$ 1 mil

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, formalizou no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 30, o acordo fechado com entidades representativas dos servidores públicos federais por um reajuste de 52% no valor do auxílio-alimentação da categoria. Portaria assinada pela ministra estabelece que o valor mensal do auxílio passa a ser de R$ 1 mil em todo o território nacional, com efeitos financeiros a partir de 1º de maio de 2024.

A decisão alcança os servidores da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.

O valor em vigor até esta terça-feira é de R$ 658. As negociações foram conduzidas pelo ministério comandado por Dweck.

Segundo nota divulgada à imprensa, já no ano passado, os servidores tiveram um aumento salarial linear de 9% e uma elevação de 43,6% no auxílio-alimentação, que era R$ 458 e foi para R$ 658.

No acordo, também ficou decidido que haverá um aumento no auxílio-saúde, denominado de assistência à saúde complementar per capita média. O valor do benefício, hoje de R$ 144,38, passará para cerca de R$ 215.

Também haverá um acréscimo no auxílio-creche, que é de R$ 321 e vai para R$ 484,90. O ato relativo ao auxílio-saúde também está no Diário Oficial desta terça.

Fonte: IstoÉ Dinheiro

O protesto de operários há 100 anos que levou Brasil a adotar feriado do Dia do Trabalhador

O período em que o advogado e político Artur da Silva Bernardes (1875-1955) ocupou o cargo de presidente do Brasil foi bastante atribulado.

Mobilizações populares e levantes marcaram aqueles anos 1920, com o início do Movimento Tenentista e a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana tornando conturbada a campanha eleitoral.

Já durante sua gestão, eclodiram episódios como a Revolta Paulista de 1924, a Revolta de 1924 no Rio Grande do Sul, a Revolta em Sergipe, a Comuna de Manaus, a Campanha do Paraná, a Coluna Prestes e a Coluna Relâmpago.

Bernardes presidiu o país de novembro de 1922 a novembro de 1926. Ele é o responsável pelo decreto, o mesmo vigente até hoje, que instituiu há 100 anos o feriado nacional do dia 1º de maio no Brasil, o Dia do Trabalhador. O documento, datado de 26 de setembro de 1924, tem apenas um artigo.

“É considerado feriado nacional o dia 1 de maio, consagrado à confraternidade universal das classes operárias e à comemoração dos mártires do trabalho”, diz o texto.

A data ecoava o que já vinha ocorrendo em outros países, em alusão ao movimento grevista ocorrido em Chicago, nos Estados Unidos, em 1º de maio de 1886 — o episódio terminou em conflito com a polícia, sendo que houve trabalhadores presos e mortos.

“A relação de Artur Bernardes com o movimento operário é um tanto ambígua. Por um lado, ele era a favor de combater os movimentos de protesto com repressão e violência. Por outro, uma de suas plataformas de campanha foi avançar na criação de uma legislação que protegesse os interesses dos trabalhadores”, diz à BBC News Brasil o pesquisador Paulo Rezzutti, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

Rezzutti pontua que foi no governo Bernardes que foi promulgada a chamada Lei Elói Chaves, que determinou a instituição de caixas de pensões e aposentadorias nas ferrovias e, mais tarde, em outros tipos de empresa.

“É um ancestral do nosso sistema previdenciário.”

Também foi criado no período o Conselho Nacional do Trabalho, um órgão dedicado a discutir questões de interesse dos trabalhadores, como a jornada de trabalho e os sistemas de remuneração.

“Durante seu governo, foi proibido o trabalho de menores de 12 anos e surgiu a primeira lei determinando a obrigatoriedade de férias remuneradas”, ressalta o pesquisador.

O historiador Paulo Henrique Martinez, professor na Universidade Estadual Paulista, classifica como “sempre tensa e com tímidos ensaios de aproximação, de natureza assistencial e demagógica, visando à domesticação da revolta e do protesto operário” a relação entre o governo Bernardes e o proletariado.

“Houve maior integração entre governo e interesses patronais, sobretudo no controle social dentro e fora das fábricas, de um lado, pela ostensiva repressão e engajamento da polícia com os empregadores e, de outro lado, pelo debate sobre a legislação trabalhista”, contextualiza ele.

“Esta ficou em banho-maria durante a década de 1920, oscilando entre propostas abertamente repressivas e a manipulação política, como o adiamento na atenção às principais reivindicações operárias, tais como melhores salários, jornada de trabalho, regulamentação do trabalho de crianças e de mulheres na indústria.”

Plataforma política não era trabalhista

Pesquisador na Universidade Estadual Paulista e professor no Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré, o historiador Victor Missiato diz à BBC News Brasil que “não havia nenhum projeto de campanha de Artur Bernardes voltado ao mundo do trabalho”, porque não existia interesse eleitoral na pauta, dado que “o Brasil daquela época limitava demais o acesso ao voto”.

“A preocupação eleitoral daquela época era muito mais aristocrática do que necessariamente social, operária. Os políticos tinham um controle muito grande do sistema, então não havia necessidade de se aproximar da classe operária”, afirma o historiador, lembrando que, ao longo do mandato, essa aproximação se tornou necessária diante do contexto de tensões sociais, sendo então uma questão de “sobrevivência política”.

Martinez frisa que “no projeto político oligárquico” vigente “não havia espaço para a coexistência autônoma e democrática com segmentos populares”, “vistos com preconceito e discriminação de todo tipo”.

“O estabelecimento de uma data para a celebração do trabalho é emblemática do desejo projetado para o comportamento da mão de obra, tanto por parte dos empregadores quanto dos governantes: conformismo e disciplina”, pontua.

“Esses valores permanentes deveriam assegurar a intensidade da exploração da força de trabalho.”

Desta forma, o professor argumenta que a celebração do Dia do Trabalho “atendia ao patronato, convidando ao congraçamento artificial entre capital e trabalho e o abafamento dos conflitos de classe”.

“Atendia ao imaginário político das camadas médias urbanas, dedicadas a obter prestígio profissional, inebriadas com as possibilidades de ascensão social e de alcançar padrões de vida e de consumo da moderna sociedade industrial”, completa ele.

Mas, ressalta Martinez, não atendia “aos reclamos do operariado industrial”. “Pois no lugar das condições materiais de vida e de trabalho, promovia uma mistificação festiva, circunstancial e enganadora dos reais sentidos que assumiam a divisão social do trabalho e a desigual distribuição da renda gerada pela industrialização no Brasil”, diz ele.

“Artur Bernardes criou o decreto do Dia do Trabalho em função das pressões que ele sofria, com o sudeste, principalmente a cidade de São Paulo, em amplo processo de transformação, com o fortalecimento da classe operária”, analisa à BBC News Brasil o sociólogo Paulo Niccoli Ramirez, professor na Fundação Escola de Sociologia de São Paulo e na Escola Superior de Propaganda e Marketing.

“Embora ele não tenha se esforçado muito para resolver os problemas trabalhistas, ele fez pequenas concessões [aos operários], inclusive permitindo que as empresas reduzissem jornadas. Mas nada muito obrigatório, nada que fosse universal no Brasil”, completa o sociólogo.
“As concessões serviam apenas para manter os privilégios oligarcas. Bernardes era um aristocrata paulistano.”

As tensões do período eram tantas que o governo de Bernardes ocorreu sob declarado estado de sítio.

“Ele lidou com os movimentos operários em um jogo de aproximação e distanciamento”, diz Missiato.

“Por um lado, institucionalizou leis em relação ao mundo do trabalho, por outro, foi repressivo. Vejo como uma via de mão-dupla. Não era um governo popular, operário, mas contava com o apoio do estado de São Paulo que, naquele momento, já se destacava como o estado com maior operariado do Brasil. Isso fez com que a base de Bernardes girasse em torno desse universo.”

Para o historiador Marco Antonio Villa, professor na Universidade Federal de São Carlos e autor de, entre outros livros, O Nascimento da República no Brasil, Bernardes foi “um presidente colocado contra a parede, com enorme dificuldade de negociação com a sociedade civil e os partidos”.

“Seu governo foi marcado pela tensão política e suspensão de garantias constitucionais. Foi uma espécie de sinal de que aquela estrutura da República Velha já tinha dado o que poderia ter dado”, comenta ele, à BBC News Brasil.

Fonte: BBC

Derrubada da desoneração da folha pelo STF enfraquece Congresso, dizem parlamentares

Parlamentares que representam o setor produtivo no Congresso Nacional voltaram a criticar a instabilidade jurídica causada pela decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cristiano Zanin que suspendeu os efeitos da lei que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamento. Na visão de deputados e senadores, a decisão enfraquece as prerrogativas do Congresso.

A decisão foi motivada por uma ação protocolada pela AGU (Advocacia-Geral da União), órgão que representa o governo federal na Justiça. Em seguida, o Senado pediu a suspensão da decisão, sob o argumento de que a desoneração não traz prejuízos para as contas públicas e que a arrecadação federal bateu recorde nos três primeiros meses deste ano, chegando a R$ 657 bilhões.

A deputada Any Ortiz (Cidadania-RS), relatora da proposta da desoneração da folha de pagamento na Câmara, criticou a abordagem do governo em defesa do regime fiscal, apontando para um possível sacrifício de empregos.

““O governo aumentou os gastos em R$ 300 milhões e agora está colocando a culpa dos gastos na desoneração, mas, a partir de agora, os setores vão contribuir com esse aumento de 20% de contribuição patronal sobre as folhas de salários de que forma? O que a gente sabe é que, sem a desoneração, o impacto do desemprego vai ser de mais ou menos 830 mil vagas de trabalho”, disse a relatora.

A deputada ressalta que a decisão do Planalto de judicializar o tema foi inesperada para o Parlamento, especialmente, considerando que o governo havia anteriormente concordado em negociar o assunto no Congresso. A equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a enviar um projeto de lei sobre o tema, o qual está sob relatoria de Ortiz.

“O governo tem se mostrado intransigente nessa pauta e mostra pouca sensibilidade política, evitando o debate às vésperas do Dia do Trabalho. Enquanto isso, tem um projeto tramitando na Câmara Federal que trata da reoneração da folha. Por isso, eles não deveriam judicializar a política como estão fazendo.”

No começo do mês, a deputada se encontrou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em uma reunião na qual o chefe da pasta econômica se comprometeu a retirar a urgência da proposta que trata da reoneração dos setores beneficiados.

“Toda essa questão hoje está muito mal colocada, mais uma vez é uma afronta ao Congresso e gera uma instabilidade jurídica enorme, não só nessa pauta dos 17 setores, mas para toda a economia. Além disso, o papel do Poder Legislativo fica cada vez mais prejudicado por conta dessa judicialização”, completou.

Segundo o deputado Alex Manente (Cidadania-SP), líder da bancada do partido na Câmara, a desoneração da folha de pagamento para os 17 setores da economia é fundamental para impulsionar a geração de emprego e renda, especialmente, em um momento de dificuldade na criação de novos postos de trabalho.

Na avaliação do deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), presidente da FPE (Frente Parlamentar do Empreendedorismo), o trabalhador terá um 1º de maio de “instabilidade pura”.

Autor do projeto que garantiu a continuidade da medida, o senador Efraim Filho (União-PB) criticou o movimento do governo Luiz Inácio Lula da Silva que contraria a decisão do Congresso e o próprio debate político em cima do novo projeto do Executivo sobre o tema. “O governo tinha um PL com urgência constitucional para construir uma solução mediada […]. Este, sim, poderia ter sido o melhor caminho em vez de judicializar”, afirmou Efraim. Segundo ele, a ação do Executivo “enfraquece a política e fortalece a judicialização”.

Para o deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a maior bancada do Congresso, o governo tenta “vencer a legislação no Judiciário”. “É um horror, a gente está falando de quebra de compromissos, mas mais do que isso, prejuízo às oportunidades e geração de empregos”, afirmou.

“Quando falamos do setor do agro, estamos tratando de problemas sérios, principalmente a questão dos frigoríficos, linhas de produção e indústrias. Se houver uma oneração maior da folha de pagamento, os empresários não terão condições de manter os postos de trabalho”, concluiu.

Fonte: R7

Campos Neto diz que emprego pleno no Brasil é “grande surpresa” e alerta sobre pressão inflacionária

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconhece que o cenário do mercado de trabalho indica emprego pleno no Brasil e que esta é uma “grande surpresa”. As afirmações foram dadas ao CNN Entrevistas desta terça-feira (30). Apesar de ser algo positivo para a atividade econômica, o fato acende um alerta sobre pressão inflacionária. “Mas recentemente está um pouco melhor”, disse.

“O BC adora quando temos um regime de emprego pleno, quando todo mundo que está procurando trabalho encontra, que é nossa situação atual, que melhorou muito e foi uma grande surpresa. Outros países também passaram por isso, mas o Brasil foi uma grande surpresa”, respondeu, ao ser questionado pelo âncora William Waack sobre as razões de se considerar crítico um momento como o atual de “mão de obra apertada” e “emprego pleno”.

O alerta vem, segundo ele, quando as empresas precisam elevar os salários em um cenário de escassez de mão de obra qualificada. “A preocupação vem quando as empresas não conseguem contratar, e você tem que começar a subir o salário. Se você sobe o salário para o mesmo nível de produção, isso significa que você está iniciando um processo inflacionário. Então, a preocupação vem daí”.

O principal ponto de atenção do BC é o setor de serviços, sobretudo nos serviços intensivos, que demandam mais mão de obra, explica a autoridade. “Existe essa preocupação, porque há uma incerteza de como a mão de obra apertada influencia a parte de serviços. (Esse indicativo de pressão inflacionária) apareceu em dois ou três números de inflação, mas recentemente está um pouco melhor”, diz.

Uma série de dados mais fortes que o esperado no mercado de trabalho foram divulgados mais cedo nesta terça-feira, antes da gravação da entrevista.

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), divulgada pelo IBGE, mostrou leve alta na taxa de desemprego do primeiro trimestre, que ficou em 7,9%. A alta veio menor do que a esperada pelo mercado, que esperava alta para 8,1%.

Já o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou um saldo de 244,3 mil novas vagas com carteira assinada em março, também acima da expectativa dos analistas de 188 mil novos postos.

Fonte: CNN

Pernambuco se aproxima dos 2,5 mil casos confirmados de dengue

O Boletim Epidemiológico divulgado nesta terça-feira (30) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostra que Pernambuco já soma 2.447 casos confirmados de dengue e 24.080 casos prováveis da doença somente em 2024.

O Boletim Epidemiológico divulgado nesta terça-feira (30) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostra que Pernambuco já soma 2.447 casos confirmados de dengue e 24.080 casos prováveis da doença somente em 2024.

O público mais afetado pela doença são homens e mulheres com idades entre 20 e 29 anos. Municípios como Recife, São José da Coroa Grande e Petrolina possuem alta incidência de casos. Além disso, a capital do Estado, Olinda, Paulista, Petrolina e outros municípios já registraram casos graves da doença.

O Boletim epidemiológico também contabilizou 391 casos confirmados e 3.646 casos prováveis de chikungunya em 2024, sem nenhuma morte até o momento. Além disso, há 431 casos prováveis de zika vírus em Pernambuco neste ano, mas nenhuma confirmação.

Apesar do crescimento de casos de dengue no Estado, há uma baixa procura da população pela vacina que previne a doença. Por isso, os 20 municípios pernambucanos autorizados pelo Ministério da Saúde a vacinar contra a dengue podem ampliar a faixa etária de acesso ao imunizante a partir desta terça-feira (26).

Com isso, poderão receber o imunizante crianças e adolescentes com idades entre 10 a 14 anos podem ser imunizadas. Anteriormente, a orientação era vacinar meninos e meninas com 10 e 11 anos.

Localidades beneficiadas: Recife, Paulista, Jaboatão dos Guararapes, Vitória de Santo Antão, Cabo de Santo Agostinho, Igarassu, Camaragibe, Abreu e Lima, Olinda, Chã Grande, Araçoiaba, São Lourenço da Mata, Chã de Alegria, Moreno, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Glória do Goitá, Fernando de Noronha, Pombos e Itapissuma.

Fonte: Diario de Pernambuco

Prefeitura de Salgueiro divulga programação das festividades juninas, que serão realizadas no Estádio Salgueirão

Em evento promovido na noite dessa terça-feira, 30, na Casa do Sanfoneiro, a Prefeitura de Salgueiro divulgou a programação completa do São João 2024. Este ano o evento será realizado no Estádio Cornélio de Barros Muniz (Salgueirão), entre os dias 19 e 23 de junho. As principais atrações são Iguinho & Lulinha, Toca do Vale, Henry Freitas e Ciel Rodrigues. Artistas locais e regionais complementam a grade, entre eles, João Bandeira, Sérgio do Forró e Wawa.

Confira abaixo a programação completa:

Quarta-feira (19/06)

– Antunes Alves
– Marcilio Kynô
– Guilherme Ferri
– Iguinho & Lulinha

Quinta-feira (20/06)

– Bosco
– Danilo Veras
– Ciel Rodrigues
– Henry Freitas

Sexta-feira (21/06)

– Otaviano Máximo
– Xote Federal
– Sergio do Forró
– Wawa

Sábado (22/06)

– Toca do Vale
– Jameckson
– Paulo Sampaio
– Taciano Santos

Domingo (23/06)

– Herinho Monteiro
– Os Três do Cariri
– João Bandeira

Da redação do Blog Alvinho Patriota