Vida FM Asa Branca Salgueiro FM Salgueiro FM

Terremoto e tsunami preocupam pernambucanos que têm família no Japão

20110311104609Em qualquer caso de tragédia, cada minuto parece uma eternidade para os familiares que aguardam, angustiados, qualquer contato de alguém que pode ter sido vítima de eventos naturais, a exemplo do terremoto e do tsunami que atingiram o Japão na madrugada deste dia 11 de março. “Estamos todos bem” é tudo o que a estudante Mariana Leite, moradora do bairro dos Aflitos, no Recife, gostaria de ouvir sobre o primo Herbeni Sousa e a filha Barbara Nakamori. Eles vivem em Mitsu-Okayama, desde o nascimento da jovem há 20 anos. “Sempre procuro as notícias, pela manhã, na internet, mas hoje, quando olhei para o computador, tinha um recado do meu irmão, pedindo para entrar em contato com o resto da família para saber deles. Na hora bate a preocupação, até porque ninguém tinha notícia da nada”, conta. A boa notícia veio pela única forma de comunicação que Barbara encontrou no país, em uma atualização de status do MSN, ela escreveu: “Avisa a minha avó que estamos todos bem. Faz o favor”.

Outro caso de como a internet tranquilizou os familiares é o do estudante de medicina pernambucano, Diego Laurentino. Ele está em Shinanomachi, próximo ao centro de Tóquio e estuda na Universidade de Keio. Foi usando o skype que conseguiu, às 7h e às 10h30 estabelecer contato com os pais. “Ele está tranquilo porque está mais distante de onde ocorreu o tsunami, mas se assustou com o terremoto”, afirma o pai, Theotônio Caixinha. Pelo twitter, o jovem confirma o susto: “O primeiro terremoto a gente nunca se esquece” e afirma que no final da manhã de hoje (fim de noite japonês) os tremores continuam assuntando a população. “E acabei de sentir um pequenino tremr… eles se repeter. Os trens ainda não estão funcionando. As ruas estão lotadas, engarrafamentos e muita gente ainda nos seus trabalhos”, afirma.

A dona de um restaurante japonês, no Recife, Tomiko Matsumoto, se apega na suposta localização geográfica da família para ter um pouco de tranquilidade. Moradores da região sul, próxima a Tóquio, os parentes dela ainda não conseguiram se comunicar com os moradores de fora do país, uma vez que as telecomunicações de todo o país estão comprometidas, bem como boa parte do sistema de transporte público. “Soube rapidamente pelo NHK (canal público da televisão japonesa) que costumo assistir. O susto foi grande porque o tsunami parece ter sido bem grave. Fiquei preocupada, mas creio que todos estão bem já que a área que eles vivem não foi afetada diretamente pelas ondas”, se tranquiliza.

O terremoto de magnitude 8,9 atingiu a costa do Japão nesta sexta-feira (11), às 14h26 (horário local, 02h46 de Brasília), e foi seguido de um tsunami de aproximadamente 10 metros de altura, que arrasou a costa de Sendai (Miyagi) e causou a morte de pelo menos 60 pessoas. Outras 56 vítimas estão desaparecidas e os hospitais já receberam um total de 241 feridos. Segundo a imprensa local, a polícia de Iwate confirmou 10 mortes e outras três das vítimas eram de Tóquio, incluindo um homem de 67 anos, esmagado por uma parede, e uma idosa, atingida pelo teto da própria casa, que desabou, ambos na região. No entanto, a capital somente chegou a sentir reflexos do tremor, cujo epicentro foi localizado em a 100km da costa nordeste da ilha de Honshu, na região norte do país. De acordo com o Centro de Geofísica americano, USCG, este foi o sétimo terremoto mais violento da história. “Um terremoto desta magnitude tem o potencial de gerar um tsunami devastador, capaz de atingir a costa próxima em poucos minutos e regiões mais afastadas em questão de horas”, indicou o USGS em um comunicado. SEgundo a agência nacional de polícia os danos foram muito grandes e demandará muito tempo até que as informações sejam reunidas.

No país, a mobilização agora é para coordenar as operações de resgate e contornar os danos causados em todo o Japão. As autoridades enviaram aviões e navios para a costa de Miyagi, área mais atingida pela catástrofe. Além de toda a rede de telecomunicações estar comprometida, o metrô de Tóquio também foi paralisado. A maior parte das escolas cancelou as aulas de hoje e, apenas na capital, cerca de quatro milhões de cidadãos estão sem eletricidade. Muitos deles estão ilhados e sem poder sair do próprio local de trabalho devido a inundações que também comprometeram completamente a zona portuária, que teve ainda navios emborcados que, com a força das águas, destruíram várias casas por onde passaram. Diversos incêndios foram registrados, o mais grave deles, na refinaria da cidade de lichihara, por isso, além de decretado estado de emergência por conta das águas, também foi decretado emergência nuclear no país.

Fonte: Pernambuco.com