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Tarde de domingo macabra em Salgueiro

Somos frágeis, mais do que pensamos. O exemplo do quanto nossa vida é vulnerável foi visto em Salgueiro no final da tarde deste domingo, dia 29 de maio de 2011. No pequeno espaço de tempo entre as 17h e 18h três vidas foram perdidas na cidade. Em frações de segundos, seres que respiravam pararam de aspirar e expirar o ar que Deus nos concede gratuitamente. Pessoas formadas durante longos nove, às vezes oito, sete, seis meses, pelo milagre da vida, pelo segredo do DNA, saíram desse mundo em segundos.

No primeiro caso uma jovem sem perspectiva de vida, moradora de rua, identificada apenas como “Beatriz”, aparentando ter entre 23 e 25 anos, morreu ou se matou? Ainda não se sabe ao certo se a mulher que vivia debaixo de uma árvore, próximo a rodoviária de Salgueiro, tirou a vida própria ou estava simplesmente atravessando a rodovia BR-116. O que se sabe até o momento, é que Beatriz não estava em sã consciência de seus atos. Perdeu a vida sem ter o prazer de viver dignamente, com um emprego, uma família, uma vida cidadã. Vivia embriagada, despercebida pela sociedade salgueirense. De onde ela veio? Para onde iria? Quem era? Ninguém sabia. Para muitos era apenas mais uma pessoa vivendo debaixo de uma árvore.

O outro acidente envolveu duas motos. Dois homens que trafegavam em direção contrária pela dita BR-116, se chocaram de frente nas proximidades da “Bananeira”. Duas vidas perdidas em pouco mais de um segundo. Para os familiares fica a dor de ter visto o ente querido com vida poucas horas antes, e logo após receber o filho, o pai, o irmão, dentro de um caixão, que será velado e sepultado. Os dois motoqueiros não resistiram ao impacto da batida, morreram na hora. Foram sepultados na manhã desta segunda-feira (30) em Salgueiro. A motocicleta que tanto serve para agilizar nossas vidas, pode se transformar em nossos carrascos.

Foram três óbitos em pouco menos de uma hora. O dia 29 de maio de 2011 ficará marcado na memória dos salgueirenses como dia em que a rodovia BR-116 se tornou o cenário de mortes assustadoras.

Por Chico Gomes