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Alunos soltam pombos da paz em homenagem às vítimas de Realengo

ohohApós um mês do massacre da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, pais das vítimas e moradores do bairro faziam uma manifestação às 9h deste sábado (7) na porta da instituição. As mães receberam rosas e os amigos dos alunos que morreram soltaram pombos em homenagem a eles. O clima era de muita emoção.

Os parentes saíram em carreata por volta das 9h45 da porta do colégio, na rua General Bernardino de Matos, acompanhados de uma viatura da Polícia Militar, uma da Guarda Municipal e de um carro da CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio). Todos estavam vestidos com camisas com fotos estampadas das vítimas e carregavam flores, cartazes e balões.

A tia de Karine Lorrane, que também morreu na tragédia do dia 7 de abril, ainda está revoltada com o que aconteceu. Ana Paula dos Santos reclamou da falta de segurança nas escolas.

– É um trauma muito grande. Se eu tivesse um filho que estudasse na Tasso da Silveira, eu o tiraria na hora. É muita insegurança.

As mães das vítimas vão criar a Associação Anjo de Realengo para dar apoio às famílias que perderam seus filhos e para aqueles que ficaram feridos.

De acordo com os pais, haverá uma reunião com o prefeito Eduardo Paes na escola, no dia 27 de maio, às 8h. O objetivo é reivindicar mais segurança para instituições de ensino da região.

Fonte: R7

Em quatro dias, escola de Realengo tem 20 pedidos de transferência

fffO diretor da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, Luis Marduk, disse nesta segunda-feira (18) que em quatro dias recebeu 20 pedidos de transferência de alunos para outras instituições. Segundo ele, alguns pais chegaram a desistir de tirar os filhos do colégio. O diretor espera que um número grande de alunos retorne na terça-feira (19), dia previsto para a volta de todas as turmas.

– Acredito que sejamos surpreendidos amanhã com este retorno. Diante de todas as manifestações que eu vi desde o dia 7 na escola a procura de recomeço é muito grande. Não vamos retardar este processo. Estaremos de braços abertos para quando qualquer aluno quiser voltar. O objetivo é avaliar a resposta psicológica de cada ator deste massacre antes das aulas recomeçarem.

Ainda de acordo com Marduk, ainda não há uma data definida para a volta às aulas.

A mãe de uma das vítimas do massacre, Renata dos Reis Rocha, 35 anos, voltou ao colégio nesta segunda-feira para buscar o histórico da filha Brenda Rocha Tavares, 13 anos, que sobreviveu ao ataque. Ela disse que a adolescente está traumatizada e não quer mais voltar para a escola.

– Minha filha está traumatizada e nervosa. Ela não quer mais nem pegar os cadernos.

Renata perdeu a filha Bianca Rocha Tavares, 13 anos. A gêmea Brenda foi baleada e permanece internada no Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia).

Nesta segunda-feira, quatro turmas de alunos do 9º ano retornarão ao colégio para atividades culturais e artísticas, como oficinas de poesia, de leitura e pintura. De acordo com o diretor, os estudantes selecionarão mensagens de esperança para fortalecer o retorno à escola.

– A partir de 13h, haverá atividades artísticas, de poesia e leitura. Os alunos selecionarão frases de livros com mensagens de paz e esperança para fortalecer nosso retorno.

A secretária municipal de Educação do Rio, Claudia Costin, chegou à escola às 10h10 para uma reunião com a comissão de pais de alunos, estudantes e professores.

Fonte: R7

Irmão de Wellington diz que história da família em Realengo está “acabada”

realengo1Um dos cinco irmãos de Wellington Menezes de Oliveira, o atirador que matou 12 crianças e feriu outras 12 no ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio, disse que a história da família no bairro está acabada.

O irmão de Wellington, que mora em Brasília, disse que os irmãos do atirador que mora no Rio tiveram de deixar suas casas por medo de represálias.

– Estamos sem chão. Toda uma história positiva que a família tinha junto aos vizinhos, infelizmente está assim. Tiveram que sair da casa por causa de atitude monstruosa, calculada [de Wellington]. Ele preparou isso e machucou muito a minha família. Nossa história em relação àquela área está acabada.

O irmão do atirador conta que ficou emocionado quando soube da iniciativa de ex-colegas de Wellington de pintar a fachada da casa da família, no Rio, após ataque de vândalos.

– Ficamos muito emocionados quando soubemos disso. Ex-amigos de colégio dele que levantaram essa bandeira. Nossa mãe era amiga de todo mundo ali.

Foi a partir da revolta dos sobrinhos ao ver que a casa havia sido depredada que o cabeleireiro Marcos Gerbatim, de 47 anos, ex-aluno e pai de dois filhos, teve a ideia de mobilizar a vizinhança para pintar os muros da residência, que fica a poucos metros da escola, e cobrir o portão destruído a pedradas com folhas brancas.

O irmão de Wellington afirmou que a família não tem intenção de providenciar um enterro para o atirador, pois o sentimento deles, no momento, está concentrado neles e nos parentes das vítimas.

– Temos estrutura familiar, mas uma pessoa que planeja e faz o que ele fez… Minha família jamais poderíamos por nosso sentimento direcionado a ele. Nossa atenção está direcionada a nós, que estamos vivos, e aos familiares das vítimas.

Fonte: R7

Familiares e amigos desmaiam em velório de vítimas do massacre em Realengo

realengoO velório de quatro vítimas do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na manhã desta sexta-feira, fez com que parentes e amigos passassem mal e várias pessoas chegaram a desmaiar no cemitério Murundu, também em Realengo. Oito médicos precisaram ser chamados às pressas e duas ambulâncias estão no local. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, esteve no cemitério durante 15 minutos e abraçou os pais das crianças. Mais de 200 pessoas estiveram presentes ao cemitério.

As vítimas que estão sendo veladas no local são Bianca Rocha Tavares, de 13 anos, Géssica Guedes Pereira, que não teve a idade divulgada, Laryssa Silva Martins, de 13 anos, e Mariana Rocha de Souza, de 12 anos.

Paes se emocionou ao falar sobre as atitudes que pretende tomar quanto ao local da tragédia. “Ainda vou sentar com a Claudia Costin (secretária de Educação) para conversar sobre a escola. Vamos fazer de tudo para voltar à normalidade”, disse.

O prefeito conversou com a imprensa e chegou às lágrimas ao falar sobre seus filhos de 5 e 6 anos de idade. “Vim abraçar as famílias. Toda a cidade está comovida e precisamos dar carinho a estas pessoas. Mas não há consolo que resolva a dor deles”, afirmou.

O helicóptero da Polícia Civil homenageou as vítimas jogando pétálas de rosas sobre os caixões.

Psicopata mata 12 estudantes em colégio municipal

Manhã de 7 de abril de 2011. São 8h20 de mais um dia que parecia tranquilo na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste. Mas o psicopata que bate à porta da sala 4 do segundo andar está prestes a mudar a rotina de estudantes e professores, que festejam os 40 anos do colégio. Wellington Menezes de Oliveira, um ex-aluno de 24 anos, entra dizendo que vai dar palestra. Coloca a bolsa em cima da mesa da professora, saca dois revólveres e dá início a um massacre em escola sem precedentes na História do Brasil. Nos minutos seguintes, a atrocidade deixa 12 adolescentes mortos e 12 feridos.

Transtornado, o assassino atacou alunos de duas turmas do 8º ano (1.801 e 1.802), antiga 7ª série. As cenas de terror só terminam com a chegada de três policiais militares. No momento em que remuniciava dois revólveres pela terceira vez, o assassino é surpreendido por um sargento antes de chegar ao terceiro andar da escola. O tiro de fuzil na barriga obriga Wellington a parar. No fim da subida, ele pega uma de suas armas e atira contra a própria cabeça.

Na escola, a situação é de caos. Enquanto crianças correm – algumas se arrastam, feridas -, moradores chegam para prestar socorro. PMs vasculham o prédio, pois havia a informação da presença de outro atirador. São mais cinco minutos de pânico e apreensão. Em seguida, começa o desespero e o horror das famílias.

A notícia se alastra pelo bairro. Parentes correm para a escola em busca de notícias. O motorista de uma Kombi para em solidariedade. Ele parte rumo ao Hospital Albert Schweitzer, no mesmo bairro, com seis crianças na caçamba, quase todas com tiros na cabeça ou tórax.

Wellington, que arrasou com a vida de tantas famílias, era solitário. Segundo parentes, jamais teve amigos e passava os dias na Internet ou lendo livros sobre religião. Naquela mesma escola, entre 1999 e 2002, período em que lá estudou, foi alvo de ‘brincadeiras’ humilhantes de colegas, que chegaram a jogá-lo na lata de lixo do pátio.

A carta encontrada dentro da bolsa do assassino tenta explicar o inexplicável. Fala em pureza, mostra uma incrível raiva das mulheres – dez dos 12 mortos – e pede para ser enrolado num lençol branco que levou para o prédio do massacre. O menino que não falava com ninguém deixou seu recado marcado com sangue de inocentes estudantes de Realengo.

Fonte: O Dia Online