Além da orientação expressa para que seus clientes permaneçam em silêncio e só deponham em juízo, os advogados que defendem os suspeitos de envolvimento no sumiço e suposto homicídio da modelo Eliza Samudio, de 25 anos, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, de 25, lançam mão de uma série de recursos jurídicos que podem prejudicar ou até mesmo inviabilizar as investigações policiais.
A mais recente iniciativa neste sentido é do advogado Zanone Manoel de Oliveira Júnior, defensor do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, de 47 anos, conhecido como “Bola” – preso como suspeito de estrangular, esquartejar e ocultar o corpo de Eliza – que entrou com mandado de segurança no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, com pedido de liminar, para impedir seu cliente de participar de qualquer acareação com outros investigados, bem como a reconstituição do crime ou análise de comparação genética. A expectativa do advogado é que a liminar, para antecipação da decisão, seja julgada ainda nesta segunda.
O mandado de segurança impetrado pelo defensor de “Bola” é mais um capítulo na estratégia que os advogados estão adotando desde o início das investigações, no fim de junho. Como a polícia ainda não encontrou os restos mortais de Eliza Samudio, a principal prova da culpabilidade de Bruno e dos demais suspeitos, os criminalistas procuram dificultar ao máximo a obtenção de outros elementos que comprovem a autoria dos crimes que estão sendo investigados.
Com a orientação para que os investigados permaneçam em silêncio, a defesa impede que a polícia levante contradições nos depoimentos e descubra quem fez o que. O advogado Ércio Quaresma, que coordena o trabalho dos defensores, tem sido rigoroso nessa orientação e já afirmou que quem falar alguma coisa terá de procurar outro advogado.
Agora, o pedido de Zanone para impedir a acareação, a reconstituição do crime ou a coleta de material para exame de DNA de seu cliente, medida que deve ser adotada pelos outros defensores, aumenta as dificuldades do trabalho policial, como o Estado de Minas já havia informado no sábado. O objetivo é impedir a produção de provas científicas que possam incriminar os suspeitos.
Fonte: UAI