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Restaurante ‘de fachada’ recebeu R$ 729 mil em esquema, diz Lava Jato

A Força-Tarefa da Operação Lava Jato identificou o repasse de R$ 729.271 para o restaurante de comida japonesa “Kome Koni”. O valor seria referente ao montante usado nas transações de lavagem de dinheiro revelados pela Operação Pão Nosso, deflagrada nesta terça-feira (13).

O restaurante que recebeu o repasse, localizado no bairro Maria da Graça, no Rio de Janeiro, tinha razão social de HLT Brasileira Comércio e Serviços e possuía apenas um funcionário no momento do pagamento feito pela Iniciativa Primus, firma do dono da empresa Induspan, Felipe Paiva, criada em nome de laranjas para fornercer lanches nos presídios do Rio.

A empresa teve o contrato prorrogado pelo ex-secretário de Administração Penitenciária César Rubens de Carvalho, preso na manhã de ontem. Entre 2010 e 2015, as investigações apontam que o Estado do Rio de Janeiro teria pago cerca de R$ 73 milhões à Iniciativa Primus.

Deste total, a Lava Jato afirma que o esquema dentro dos presídios desviou ao menos R$ 44,7 milhões, mediante pagamentos realizados sem a correspondente aquisição de produtos ou serviços que revertessem para o serviço prestado pela entidade.

Além do restaurante, a investigação também apurou um repasse ilegal a uma empresa de transporte e logística (Marakysko Comércio e Serviços LTDA) e outra de construção civil (Canal Socriofratele Comércio e Serviços LTDA).

As empresas somavam o recebimento, respectivamente, R$ 966.653 e R$ 593.750 da Iniciativa Primus. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, ambas as empresas nunca tiveram um único funcionário.

De acordo com o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), as relações apresentadas pela investigação “demonstram atos típicos de lavagem de capitais, com a criação de pessoas jurídicas compostas por ‘laranjas’, as quais são utilizadas para receber transferências bancárias pulverizadas”.

Fonte: R7