O projeto de lei que libera os jogos de azar no país está prestes a ganhar uma emenda para transformar o interior nordestino na Las Vegas brasileira.
O deputado Silvio Costa (PMN-PE) quer incluir cassinos no projeto de legalização de bingos e das máquinas caça-níqueis, que está na pauta do Congresso para votação. “Assim como Las Vegas foi construída no meio do deserto, o Nordeste pode ganhar a sua Las Vegas”, diz o parlamentar, que sugere Garanhuns (PE), terra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para ser a capital do jogo no Brasil.
Costa, que ainda prepara a emenda e busca apoio no Congresso, não é o único defensor da volta dos cassinos. O relator do projeto, deputado Régis de Oliveira (PSC-SP), diz ser a favor da emenda e está disposto a incluí-la se houver consenso na Câmara.
“Os cassinos constavam na proposta original, mas foram retirados para minimizar os confrontos. Há muita gente que é contra”, diz Oliveira, ponderando que cassinos têm poder de revitalizar muitas cidades do interior do país.
Um dos porta-vozes da legalização é o empresário Marco Aurélio Lage, da Confederação Nacional do Turismo. Herdeiro de um dos mais luxuosos cassinos brasileiros, o Hotel Brasil, em São Lourenço (MG), ele defende a liberação do jogo para revitalizar estâncias hidrominerais de São Paulo e de Minas Gerais.
Desde 1946, quando os jogos foram proibidos pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra, os hotéis que sobreviveram sem cassinos perderam prestígio e turistas. “De imediato, pelo menos 50 hotéis estão preparados para voltar a operar e gerar ao menos 200 mil empregos diretos e indiretos”, diz Lage.
Ele pretende retomar as conversas e o trabalho pela liberação dos cassinos após a aprovação dos projetos sobre o pré-sal no Congresso. O governo Lula tem mantido distância do assunto por não existir consenso no Executivo e, principalmente, por ser um tema polêmico em um ano eleitoral.
Fonte: Agora