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Milhares protestam em Paris contra casamento gay

Dezenas de milhares de manifestantes contrários ao casamento de pessoas do mesmo sexo marcharam pelo centro de Paris, neste domingo, Dia das Mães no país. Com o apoio do governo, o Parlamento francês aprovou em 23 de abril passado uma lei que formaliza a prática. O texto foi promulgado no último dia 18.

Neste domingo, a histórica Esplanada dos Inválidos virou um mar de manifestantes com bandeiras cor-de-rosa e azul, enquanto a extrema-direita pendurou um cartaz na sede do governista Partido Socialista, pedindo que o presidente François Hollande renuncie. Foi o terceiro grande protesto deste tipo. Cento e cinquenta mil pessoas participaram, segundo a polícia, e “mais de 1 milhão”, segundo os organizadores.

“Último Dia das Mães antes da liquidação”, afirmava um cartaz em meio à multidão de manifestantes, muitos dos quais gritavam palavras de ordem contra o governo socialista.

Política

Os protestos, que começaram como uma campanha fortemente apoiada pela Igreja Católica, tornaram-se um movimento maior, que une políticos da oposição e militantes da extrema-direita descontentes com Hollande. Embora pouco mais da metade dos franceses apoie a lei que permite o casamento e a adoção de crianças por gays, e mais de 70% acreditarem que os protestos deveriam acabar, as manifestações contribuíram para as baixas taxas de popularidade de Hollande.

O movimento espera que a demonstração de força interrompa ou adie outras leis que permitem a procriação assistida e as mães de aluguel para casais gays, coisas que alguns socialistas buscam aprovar.

Nos últimos dias, a tensão aumentou entre o governo socialista e o principal partido de oposição, a UMP, de direita, acusada pelo primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault de ter uma “grande responsabilidade” ao “causar tensão e radicalização”. Principal alvo, o líder da UMP, Jean-François Cope, esteve presente na marcha deste domingo. Ele aproveitou a oportunidade para chamar os opositores ao casamento gay a “transformar seu envolvimento nesta questão em compromisso político”, unindo-se ao seu partido.

Fonte: FolhaPress