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Itamaraty investiga desvios em embaixada

itamaO Ministério das Relações Exteriores investiga “indícios de desvio” na verba de US$ 300 mil enviada nos últimos anos à Embaixada do Brasil em Harare, capital do Zimbábue.

Na semana passada, o embaixador Raul de Taunay, responsável pela representação diplomática desde 2007, foi exonerado do posto pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Ele e outros funcionários da embaixada são investigados.

Apesar de ter declarado que Taunay deixou a cargo porque cumpriu o prazo de permanência no Zimbábue, o Itamaraty diz confirma a investigação.

A verba era para custear as despesas da embaixada. O escritório financeiro do Itamaraty em Nova York alertava o ministério do problema desde 2008. É de Nova York que são repassados os recursos do Brasil aos postos no exterior. O escritório responde ainda pelo controle contábil das representações.

Documentos da embaixada revelam que o escritório descobriu irregularidades como recibos ilegíveis, pagamentos indevidos, credores inexistentes, despesas não comprovadas e documentos incompletos.

Em junho de 2010, a Corregedoria do Serviço Exterior instaurou processo administrativo para apurar o caso. A investigação encontrou “indícios de desvio ou má aplicação de recursos públicos”, mas foi interrompida.

Taunay e servidores do Itamaraty foram ouvidos, mas o clima de “animosidade” nas acareações levou o corregedor Heraldo Póvoas Arruda a suspender o processo.

Ele solicitou, então, ao alto comando do ministério que instaurasse uma Comissão de Tomadas de Conta Especial para fazer perícia contábil na sede da embaixada e apurar o “desaparecimento” do dinheiro público.

De acordo com a portaria assinada pelo corregedor, os depoimentos do embaixador e dos funcionários foram contraditórios e lançavam dúvidas sobre as declarações.

Ao fim da apuração o processo será reaberto. A intervenção ocorreu em setembro de 2010 e ficará pronta em maio, segundo o Itamaraty. Depois, o ministério encaminhará a documentação para o Tribunal de Contas da União (TCU) e tomará as medidas cabíveis. Taunay continua no Zimbábue e assumirá um posto em Brasília.

Fonte: Diário do Nordeste