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Fuga de senador boliviano derruba chanceler brasileiro

O embaixador Antonio Patriota deixou o comando do Ministério das Relações Exteriores nesta segunda-feira, em meio à crise diplomática com a Bolívia, e será substituído pelo representante brasileiro na Organização das Nações Unidas (ONU), Luiz Alberto Figueiredo Machado.

Patriota, que estava à frente do Itamaraty desde a posse da presidente Dilma Rousseff na Presidência em 2011, foi indicado para a representação do Brasil na ONU, no lugar de Figueiredo.

“A presidenta Dilma Rousseff aceitou nesta segunda-feira o pedido de demissão do ministro Antonio de Aguiar Patriota”, afirmou o Palácio do Planalto em nota.

A Bolívia pediu explicações ao governo brasileiro sobre a fuga para o Brasil do senador boliviano Roger Pinto, que estava refugiado na embaixada brasileira, em La Paz, havia cerca de 450 dias. O senador deixou a Bolívia na sexta-feira a bordo de um carro da embaixada brasileira, que percorreu 1.500 quilômetros até cruzar a fronteira, sem o conhecimento das autoridades bolivianas.

Segundo uma fonte do Palácio do Planalto, a fuga do senador com a ajuda de um diplomata brasileiro no fim de semana, sem o conhecimento de Patriota “criou uma situação difícil” para o chanceler.

A fonte, que falou sob condição de anonimato, disse que Dilma se reuniu com o ministro da Defesa, o ex-chanceler Celso Amorim, que também conversou com Patriota antes do pedido de demissão.

Durante mandato de Patriota, o Brasil assumiu dois importantes cargos em organismos internacionais: José Graziano foi eleito diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e Roberto Azevêdo, chefe da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A gestão de Patriota também foi marcada por uma política externa mais moderada, que incluiu o distanciamento do Irã e um estreitamento das relações bilaterais com os Estados Unidos.

Fonte: EXAME