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Em depoimento, Padilha nega interferência do Planalto na delação de Lúcio Funaro

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, prestou depoimento na condição de testemunha sobre o processo contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima, réu por obstrução à Justiça.

Perguntado pela defesa do ex-ministro se o Palácio do Planalto teria tratado sobre a prisão do doleiro Lúcio Funaro ou eventual delação, o ministro Padilha disse desconhecer qualquer discussão sobre o tema.

Padilha disse ainda que conhece Geddel desde 1995, quando ambos eram deputados e que sempre viu nele uma pessoa correta que cumpria com suas obrigações.

Geddel é acusado de tentar evitar a delação de Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB em esquemas de corrupção. O Ministério Público afirma que Geddel ligou 17 vezes para a mulher de Lúcio tentando pressionar a família.

No interrogatório nesta terça-feira, Geddel disse que ligou algumas vezes, sem precisar quantas, para a esposa de Funaro em caráter humanitário, para prestar solidariedade diante da prisão do doleiro e que em nenhum momento ofereceu vantagens ou fez qualquer pedido.

Geddel disse ainda que o gesto deve ter feito bem a esposa de Funaro e que os hoje amigos de longa data o jogaram no “vale dos leprosos” ao não prestarem solidariedade à ele.

O Ministério Público informou que até sexta-feira deve apresentar as alegações finais sobre o caso. Se condenado por embaraço a investigações contra organização criminosa, Geddel pode pegar de 3 a 8 anos de cadeia.

O ex-ministro está preso por envolvimento em outro caso: o do apartamento onde foi encontrado mais de R$ 51 milhões em dinheiro vivo. Neste processo, Geddel foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por lavagem de dinheiro e associação criminosa, mas a 2ª turma do Supremo ainda não julgou o caso.

Fonte: Agência Brasil