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Em Belém, saúde e saneamento preocupam eleitores no plebiscito

No mercado público Ver-o-Peso e na estação das Docas, tradicionais cartões postais de Belém, amigos se reúnem para discutir o futuro do Pará caso o “sim” ao desmembramento do estado ganhe no plebiscito marcado para 11 de dezembro.

Se Tapajós e Carajás forem criados, Belém continuará a ser a capital, mas agora do novo Pará, estado que nasce com uma área de apenas de 17% do total no Pará atual.

G1 percorreu o Pará por dez dias para ouvir o que o povo pensa sobre a separação. A maioria das pessoas com quem a reportagem do G1 conversou na capital paraense é contra a separação. Adesivos alusivos à campanha do “não” ganham as ruas e o temor de muitos é que o estado, que já é pobre (a renda média do trabalhador é de R$ 1.369, segundo o Idesp – Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará), perca com a divisão.

“Eu acho que a separação só vai prejudicar o Pará todo. Já temos tudo precário, se dividir as riquezas, todos vão ficar mais pobres”, diz o guarda municipal Marcos Couto. Já a dona de casa Maria Teodora se queixa que o estado perderá seus recursos. “Ao invés de dividir, a única coisa que nos resta é nos unirmos. Acho que tem muita gente no interior do Pará que veio de outro estado e nem vota aqui. Eu sou contra separar”, diz ela.

Já no mercado público Ver-o-Peso, o tema é frequente em rodas de vendedores de hortaliças e frutas. “Eu acho que não tem que separar, não. O povo aqui de Belém vai perder toda a riqueza daquele lado, do sudeste do estado, que é cheio de minérios”, afirma Roberto Gomes Menezes. O vendedor Sebastião Alves Filho concorda. “Eu vou votar no ‘não’ e toda a minha família, também. Se rachar o Pará no meio, não vai dar certo. Vamos ficar mais pobres ainda”, diz.

Quando a pergunta é sobre os principais problemas de Belém, a resposta frequente é: a falta de saneamento. Dados do Censo 2010 apontam que apenas 37% dos domicílios da cidade possuem rede de esgoto. No Brasil, a média é de 55%.

Já a ONG Trata Brasil analisou os serviços de saneamento prestados em 81 cidades brasileiras, com mais de 300 mil habitantes, constando que Belém e Ananindeua, na região metropolitana, estão entre as 10 piores do país.

Fonte: G1