Foi publicada, no Diário Oficial desta quarta-feira (16), a resolução do Conselho de Medicina de Pernambuco (Cremepe), que proíbe os legistas de fazer exames nos corpos que chegam ao Instituto Médico Legal do Recife a partir da próxima sexta-feira (18). A medida é um protesto contra as condições precárias de trabalho no Instituto, denunciadas pelos médicos na última terça-feira (15).
O documento determina a interdição parcial do exercício ético profissional para os legistas do IML. Quem não cumprir a determinação, será investigado por uma sindicância aberta pelo Conselho. Ainda de acordo com o documento, os legistas devem colocar nas declarações de óbito que a causa da morte é indeterminada e liberar os corpos sem fazer os exames. A medida entra em vigor em 48 horas.
Nesta quarta (16), representantes do Cremepe estão reunidos com o procurador-geral de Justiça, Agnaldo Fenelon, para discutir a situação do IML. O encontro é na sede do Ministério Público, no centro do Recife.
PACIÊNCIA
No meio desse impasse, os parentes que esperam a liberação dos corpos precisam ter paciência. Desde a semana passada, os médicos legistas fazem a chamada “operação padrão”, que provoca a demora na liberação dos corpos. Em média, o IML recebe de 20 corpos por dia. Na última terça, apenas 10 foram liberados.
A mototaxista Adriana Paula de Lima mora em Agrestina, a 154 quilômetros do Recife e desde o último sábado tenta conseguir a liberação do corpo de irmão para enterrá-lo. Enquanto isso, ela espera no IML. “A gente está dormindo ali fora, encostado num colchão que trouxe, pois não tem condições de a gente estar para cima e para baixo. Estamos usando o banheiro daqui para fazer as necessidades físicas”, conta.
No final da tarde da última terça, um caminhão frigorífico (foto 3) chegou ao IML para ajudar na conservação dos corpos. O veículo foi alugado pela Secretaria de Defesa Social.
Fonte: pe360graus.com
