Um trio de estelionatários foi preso em Jaboatão Velho, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Marcelo da Costa Mendonça, 40 anos; Davi Carlos de Lima, 45 anos; e Miriam Soares de Souza, 35 anos, aplicavam golpes em pessoas que contratavam serviços de buffet, decoração e aluguel de roupas para casamentos, formaturas e aniversários.
A quadrilha, segundo a polícia, agiu em vários pontos do Grande Recife, como o bairro do Espinheiro, na Zona Norte do Recife; em Olinda e em Jaboatão. A esposa de Marcelo, Maria de Fátima Vasconcelos Dantas Ferraz, seria a líder da quadrilha, mas teria falecido em 18 de abril, vítima de doença pulmonar. A polícia está investigando a veracidade da certidão de óbito.
A quadrilha começou em Olinda, na empresa Buffet Sabor e Festa. Lá, arrecadavam 3 a 5 mil reais em contratos não cumpridos de festas. Depois, Maria de Fátima fechou a loja de Olinda e foi para o Buffet Festas, Noivas e Decorações, na Rua 48, no Espinheiro, Zona Norte do Recife – então, os valores dos golpes subiram para cerca de 15 mil reais.
Para conquistar o cliente, eles impressionavam oferecendo bolos, degustação de doces e salgados, decorações luxuosas e produtos de qualidade. O pagamento podia ser parcelado e os clientes nada desconfiavam até o dia da festa, quando não havia nenhum serviço oferecido – ou o serviço era extremamente precário, não condizente com o valor pago. Para não atrair muitas suspeitas, algumas vezes Maria de Fátima realmente realizava o evento, mas em uma estrutura menor que a combinada.
A loja do Espinheiro foi fechada em dezembro de 2010 e o grupo se mudou para uma loja de aluguel de roupas de casamento em Jaboatão Velho, onde foram presos. A delegada Patrícia Martins, responsável pelo caso, estava investigando Maria de Fátima e seus companheiros há cerca de um ano, mas vítimas dos golpes já procuram a Delegacia de Repressão ao Estelionato desde 2008. Uma das vítimas foi um policial militar. Para a delegada, isso mostra que “ela não tinha receio, não tinha medo de aplicar o golpe em quem quer que fosse”.
Os imóveis sempre ficavam no nome de Marcelo, marido de Maria de Fátima, assim como os contratos de prestação de serviços.Maria de Fátima muitas vezes utilizava o nome de “Fernanda”, o que dificultou o trabalho da polícia em identificá-la. Davi e Miriam eram funcionários da empresa, sabiam do que ocorria, mas eram pagos regularmente com cheques dos clientes ou cheques fraudulentos da chefe.
Durante a operação que resultou na prisão da quadrilha, foram apreendidos dois carros – um Tucson e um Siena -, muitos cheques em valores diversos (a soma ainda não foi calculada), jóias, óculos de sol, documentos, relógios, televisão LCD, aparelho de DVD e celulares. Marcelo também possui, em seu nome e da esposa, dois apartamentos no Recife – o da Encruzilhada está avaliado em R$ 195 mil; o do Espinheiro, R$ 300 mil.
A delegada Patrícia Martins recomenda que vítimas de fraudes como essas procurem a Delegacia de Estelionato, que fica na Avenida Visconde de Suassuna, número 164. Antes de firmar o contrato, as pessoas também devem procurar informações sobre as prestadoras de serviços, como indicações de parentes e amigos, além de verificar se há registro de queixas na polícia e no Ministério Público.
Fonte: Portal N10