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Desesperada, mãe acorrenta filho de 13 anos viciado em crack em Piracicaba, SP

sp_acorrentadoSem políticas públicas, sem ação do Estado, sem opção. Desesperada, a mãe de um adolescente viciado em crack usou um último recurso: acorrentou o filho em casa em Piracicaba, a 168 km de São Paulo. A mãe vai responder a processo por maus tratos. Ela justifica a posição de acorrentar o adolescente como uma única forma de tentar tirar o menino do vício. Segundo a mulher, o adolescente ainda pratica furtos para sustentar o vício do crack.

– Ele já tentou fugir pelo teto e fica muito nervoso quando acorda (após consumir a droga). Eu não aguento mais esta situação. Eu quero que alguém me ajude – afirmou a mãe.

– É difícil. Dói ver ele assim todo dia, assim acorrentado, sem comer. Quando come, vomita por causa da droga. Tem vez que ele fica três dias dormindo assim direto – desabafa.

Quando o garoto acorda, segundo a mãe, ele fica muito agressivo. Para tentar fugir, já quebrou móveis e portas. O consumo da droga é pago com pequeno furtos praticados há um ano.

– A polícia já chegou aqui na porta da minha casa. Falei para o policial que ele estava acorrentado. Ele falou: infelizmente ele vai morrer na mão de bandido ou vai morrer na nossa mão – conta a mãe.

Quando tomou conhecimento do caso, o Conselho Tutelar levou o menino para o hospital. A mãe foi encaminhada para o distrito policial. Na delegacia, a mãe teve que assinar um termo circunstanciado. Isso acontece quando alguém é acusado por um crime considerado leve. Por ter acorrentado o próprio filho ela vai responder a um inquérito de maus tratos. Se condenada, pode ficar presa por um ano e quatro meses.

– Não é maus-tratos. Se tiver que acorrentar de novo eu acorrento. Prefiro fazer isso a vê-lo morto – avisa a mãe.

Fonte: O Globo

Um comentário sobre “Desesperada, mãe acorrenta filho de 13 anos viciado em crack em Piracicaba, SP

  1. Glaucie

    É assustador imaginar que essas drogas possam estar tão próximas às nossas crianças, na porta da escola, numa festinha de colegas, ou ao lado de nossa casa. Essa atitude de mãe de acorrentar o filho é o desespero pela falta de amparo, quando não há mais a quem pedir socorro, os meios de afastar o filho do mal, é usando as próprias mãos. A dor da permanência do filho em casa de forma forçada; não equivale a dor da perca por morte, quando só se pode lamentar por não ter tido forças para evitar tal fatalidade.