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Democratas contam com latinos para fazer a diferença nas urnas

Discursos de tom anti-imigrante desgastaram imagem de Trump junto a hispânicos – 80% o veem de maneira negativa. Maior comparecimento de latinos às urnas até agora é boa notícia para Hillary.A poucos dias das eleições presidenciais nos Estados Unidos e com pesquisas de opinião indicando uma disputa apertada, a candidata democrata, Hillary Clinton, espera contar com um importante trunfo: o voto dos latinos. O aumento do comparecimento às urnas dos eleitores hispânicos com relação a 2012 em estados onde há votação antecipada – como nos disputados Nevada e Flórida – vem sendo apontado como um boa notícia para a campanha da democrata.

A comemoração tem motivo: pesquisa de opinião realizada há duas semanas pelos veículos Wall Street Journal, NBC News e Telemundo indicam uma larga vantagem de Hillary entre os eleitores latinos – dois terços (67%) dos entrevistados afirmaram apoiar a democrata, enquanto apenas 17% estão com o candidato republicano, Donald Trump. Segundo o levantamento, 80% dos imigrantes hispânicos e descendentes ouvidos veem Trump de maneira negativa, enquanto que, para Hillary, este índice é de apenas 28%.

O discurso de tom anti-imigrante que marcou a campanha de Trump, somado a polêmicas declarações do magnata – como a de que o México manda apenas “estupradores, criminosos e traficantes” para os EUA, e de que ele irá construir um muro na fronteira com o país – desgastaram a imagem do republicano junto à comunidade latina.

Dos 57 milhões de latinos que vivem nos EUA, segundo o último censo, 27,3 milhões estão aptos a votar este ano, o equivalente a 12% do eleitorado americano – um recorde. Em 2012, este número era de 23,3 milhões. O aumento deve-se, em grande parte, à maioridade de descendentes de imigrantes nascidos nos Estados Unidos, que ao completar 18 anos, recentemente tornaram-se eleitores.

Houve ainda uma forte movimentação de grupos latinos nos últimos meses, promovendo uma intensa campanha – e que contou com a participação dos consulados mexicanos – para estimular quem estava apto a solicitar a cidadania americana a tempo de poder votar este ano. O objetivo, embora nem sempre explícito, era bem claro: arrebanhar o maior número de votos contra Trump.

De acordo com o Serviço de Imigração e Cidadania Americana (USCIS), entre outubro do ano passado e junho deste ano, 718,4 mil imigrantes, a maioria de origem hispânica, entraram com pedidos para se naturalizarem americanos, 8% a mais do que nas últimas eleições presidenciais.

Fonte: Terra