Com o desespero inicial causado pelo rompimento de duas barragens da mineradora Samarco em Minas Gerais se transformando em raiva, parlamentares brasileiros cobraram nesta terça-feira regras mais duras no novo código de mineração e a gigante Vale começou a sofrer maior pressão para ajudar as famílias afetadas e conter o impacto ambiental.
Em cinco dias de esforços para encontrar desaparecidos, seis mortos foram encontrados, dos quais quatro identificados, e 21 vítimas permanecem desaparecidas, em um dos piores desastres da indústria de mineração da história do Brasil.
A tragédia desencadeou investigações do Ministério Público e estimulou cobranças por regras mais rigorosas para a indústria de mineração, um grande gerador de empregos e receitas para o setor público.
O relator do novo Código da Mineração, deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), afirmou à Reuters na terça-feira que planeja adicionar medidas para tornar a regulação mais rigorosa sobre barragens de rejeitos da atividade.
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, reconheceu que as regras estaduais de mineração não são suficientes e seus assessores disseram que devem repensar seus esforços para acelerar os licenciamentos.
A crítica pública caiu em primeiro lugar sobre a operadora Samarco, mas o centro das atenções voltou-se para os grandes nomes por trás da joint venture, detida pela australiana BHP Billiton, a maior empresa de mineração do mundo, e a Vale, a maior produtora mundial de minério de ferro.
“A Samarco é um nome fantasia, nós precisamos da BHP e da Vale para assumir responsabilidades por essa tragédia”, disse Duarte Júnior, prefeito da cidade de Mariana.
Fonte: Reuters