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Argentina reage às barreiras contra veículos

veiculoaNa escalada da disputa comercial entre Brasil e Argentina, ministros da indústria dos governos Dilma Rousseff e Cristina Kirchner trocaram cartas sobre a decisão brasileira de dificultar a importação de carros, o que afeta as exportações argentinas.

Endereçada ao ministro Fernando Pimentel, a carta da ministra argentina Débora Giorgi questiona a vontade do Brasil de ter um “comércio equilibrado´´ e acusa o país de múltiplas barreiras.

Pimentel, em carta de resposta, afirmou que é “necessário iniciar um diálogo construtivo´´ e sugeriu um encontro com Giorgi em Brasília. O governo Kirchner não havia se manifestado até as 19 horas de ontem.

Desde terça, os carros que chegam ao Brasil dependem de uma licença prévia para a liberação da guia, o que, até então, era feito de forma automática. A medida foi resposta à Argentina, que no início do ano aumentou de 400 para 600 os itens que deixaram de ter licença automática, afetando o Brasil.

Giorgi pede que Pimentel prove que há mercadorias travadas e cita dados da balança comercial para dizer que o Brasil não foi afetado.

“Dados preliminares mostram que as exportações do Brasil à Argentina seguem crescendo 33%, enquanto o déficit para a Argentina alcançou US$ 1,2 bilhão, o dobro do registrado em igual período de 2010´´, garantiu a ministra.

De acordo com a Associação Argentina do Setor Automobilístico (Adefa), cerca de 30 mil veículos são exportados por mês ao Brasil. Até hoje a medida travava a entrada de ao menos 2.000, mas esse número pode aumentar para quase 10 mil na semana que vem, segundo dados da entidade.

O presidente da Associação de Importadoras de Veículos (Abeiva), José Luiz Gandini, diz que a partir das próximas semanas alguns modelos devem começar a faltar.

“É correta a decisão do governo. Mas não se pode afetar empresas, que, no conjunto, recolherão mais de R$ 5 bilhões de impostos. São 27 mil brasileiros empregados´´, defende Gandini.

Gandini diz que as importadoras asiáticas podem começar a ter problemas de abastecimento em um mês. “Demora em média 30 dias para os carros chegarem ao país. E não podemos deixar navios parados em portos espalhados pelo mundo sem saber em quanto tempo o governo começará a liberar´´, alega.

Fiesp e CNI apoiaram a decisão do governo. “É uma questão de proteger, de dar isonomia para a indústria brasileira´´, disse Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.

Para Paulo Skaf, presidente da Fiesp, o Brasil já foi “bastante tolerante´´.

Fonte: Diário do Nordeste