O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu que os resultados das eleições regionais deste domingo divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) sejam respeitados.
“Quando vier a palavra do CNE será a palavra sagrada. Peço aos que ganharem que ganhem com honra e respeito ao adversário e aos que perderem que aceitem sua derrota”, disse Maduro, ao votar no Colégio Miguel Antonio Caro, em Catia, segundo o jornal “El Universal”.
O presidente ainda acrescentou que, uma vez que todos os resultados sejam apresentados pelo CNE, eles devem ser respeitados.
“Pode haver alguns resultados que precisem de um pouco de espera. Pedimos serenidade. Tomei todas as medidas para evitar a ‘loucura’ dos que sempre conspiram”, pediu Maduro, ressaltando que, em 14 anos, a Venezuela já realizou 19 eleições. “Este é o país que mais eleições realizou em todo continente americano. No mundo não há um país que tenha a mesma fortaleza democrática que a Venezuela, e isso graças ao povo, às instituições e ao Conselho Nacional Eleitoral”.
O presidente pediu aos protagonistas do processo eleitoral que não fiquem “nervosos e comecem a decidir que não vão aceitar se o resultado for fechado”, e ressaltou que o governo aceitará o que for anunciado pelo ´rogão eleitoral.
“Se perdermos por um voto, aceitaremos. Queremos a paz”, afirmou o presidente, acrescentando que a Mesa da Unidade Democrática (MUD), coalizão de oposição venezuelana, “não pode dizer isso”.
Maduro ainda disse que foram registrados alguns incidentes durante o pleito deste domingo, entre eles, uma menina que foi baleada em Trujillo e outros casos que estão sendo investigados.
“Podem ser grupos que querem perturbar o país”, comentou o governante.
O secretário executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledoc, anunciou neste domingo que seus representantes farão denúncias formais ao CNE contra supostas irregularidades na cobertura eleitoral da mídia estatal.
“Estou preocupado porque tenho visto na mídia pública coisas que são campanha eleitoral aberta, e vamos apresentar uma denúncia ao CNE. Todos precisamos cumprir a lei”, disse Aveledoc no início da tarde.
O líder da oposição, Henrique Capriles Radonski, governador de Miranda e chefe de campanha do Comando Nacional Simón Bolívar, votou por volta das 18h30 (horário de Brasília) e reclamou da cobertura de todas as redes de TV da votação do presidente Nicolás Maduro – o que não aconteceu no seu caso. Capriles ainda chamou atenção para o fato de que o presidente apareceu em sua zona eleitoral acompanhado de três candidatos a prefeito da Região Metropolitana, o que seria impróprio.
“É um descaramento de Maduro fazer campanha eleitoral (…) Senhores do CNE, isso é uma tarefa de vocês. Depois a senhora Tibisay Lucena [presidente do Conselho Nacional Eleitoral] se queixa quando sai uma crítica. O que quer que digamos? ‘Ah, sim, que maravilha!'”, comentou o líder da oposição.
Fonte: Agência O Globo