A polícia da França identificou os terroristas que mataram 129 pessoas nos atentados de sexta-feira (13) em Paris. Inclusive o que planejou o massacre.
A França com pé na porta dá de cara com a guerra. Em poucas horas, a polícia descobriu 31 armas – incluindo lança foguetes e explosivos.
Foram mais de 160 buscas de Norte a Sul do país e pelo menos 20 detenções. Os policiais aproveitam o estado de emergência para entrar em casas sem mandado judicial.
A polícia identificou três homens-bomba. Samy Amimour se explodiu no Stade de France. Ele nasceu em Paris e já tinha sido preso sob suspeita de terrorismo. Fugiu pra Síria durante o regime semiaberto. O jornal Le Monde conta que o pai foi buscar Animour, mas o filho se mostrou um soldado fiel, frio e irredutível. Outro kamikaze do estádio era o Bilal Hadfi.
Além dos dois, um terceiro homem-bomba se matou no Bataclan. O passaporte com nome de Ahmad Al-Mohammad estava ao lado do que sobrou do corpo dele. A Sérvia confirmou que Mohammad pediu asilo quando entrou no país em outubro, com uma leva de imigrantes.
A operação sem precedentes se estendeu a Bruxelas. A cooperação europeia resultou em prisões em Molenbeek – o lugar que concentra um braço pesado de radicais.
Essa conexão belga é um elemento-chave da investigação. Sete homens detidos estariam ligados aos ataques. A Polícia chegou a cercar um prédio, mas não encontrou Salah Abdeslam. Ele teria preparado todos os coletes explosivos de sexta (13) – inclusive o do próprio irmão Ibrahim, que se explodiu na cafeteria. Outro irmão, Mohammed chegou a ser detido, mas nesta segunda (16) já estava em casa.
Assustado com tudo que aconteceu, disse que a família dele é normal; que os irmãos eram franceses normais. Ele disse que não sabe onde Salah se escondeu e nem se ele se entregaria.
Mohammed diz que a família dele tem mente aberta e nunca teve problemas com a Justiça. Como mensagem para as famílias das vítimas, disse que a família dele está comovida com a tragédia, e que jamais imaginaria que o irmão pudesse estar ligado ao terror.
“Entendam, temos uma mãe, e ele ainda é filho dela”, declarou.
O terceiro francês suspeito já identificado pelas autoridades é Omar Ismael Mostefai. O mentor do atentado seria Abdelhamid Abaaoud. O nome mais procurado da Europa já estaria na Síria, onde é conhecido também como Abu Umar al-Baljiki.
Ele aparece em imagens gravadas por um cinegrafista francês em Aleppo e exibidas pela GloboNews no documentário “Infiltrada no Estado Islâmico.”
Abaaoud tem 27 anos e nasceu em Molenbeek. Teria frequentado boas escolas na Bélgica. Em 2010, foi preso por roubo à mão armada, junto com um dos suicidas do ataque de sexta (13). E teria se juntado ao Estado Islâmico em 2013.
A rua onde fica a casa de espetáculos Bataclan foi reaberta nesta segunda-feira (16) e já está repleta de homenagens. Isso mostra uma resposta do povo francês, sobretudo em um dia em que o primeiro ministro fala que o povo deve se preparar para outros ataques. E que é preciso conviver com esse tipo de ameaça por muito tempo.
Fonte: Jornal Nacional