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Governo quer mudar forma de fiscalização de obras pelo TCU

O governo incluiu um dispositivo no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012 para mudar a forma de fiscalização de obras. O governo quer evitar que obras consideradas com indícios de irregularidades graves pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sejam paralisadas apenas com base em relatórios técnicos preliminares do órgão. O G1 procurou o TCU e aguarda resposta.

Caso a proposta do governo seja aprovada pelo Congresso, só serão consideradas obras com indícios de irregularidades graves aquelas obras que tiverem sido objeto de análise e julgamento de pelo menos um ministro do TCU ou que tenham sido objeto de uma decisão final do tribunal.

O Ministério do Planajemento informou ao G1 que o objetivo do dispositivo é que ao menos um ministro do TCU esteja de acordo com o relatório técnico para que a obra seja paralisada.

O texto da LDO 2012 prevê que serão considerados indícios de irregularidades graves aqueles fatos que “sejam objeto de decisão monocrática de ministro do TCU ou acórdão, que tenham apreciado as razões apresentadas pelos gestores aos quais foram atribuídas as supostas irregularidades”.

Fonte: G1

Presidente do TCU recebeu R$ 228 mil por palestras a órgãos que fiscaliza

tcuÓrgãos públicos e entidades submetidos à fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) pagaram ao menos R$ 228 mil ao presidente do tribunal, ministro Benjamin Zymler, por palestras e cursos de um ou dois dias entre 2008 e 2010. A informação foi divulgada pela Folha, nesta quarta-feira.

De acordo com a reportagem, após as palestras, Zymler seguiu como relator de seis procedimentos e participou de ao menos cinco julgamentos de processos de interesse dos contratantes. Em nenhuma das vezes entendeu que havia motivo para se declarar impedido.

Zymler abriu uma empresa, a EMZ Cursos e Treinamento, que passou a ser contratada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), para uma série de sete palestras em várias capitais. Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Ministério da Agricultura e Advocacia-Geral da União (AGU) também contrataram o presidente do TCU.

O ministro afirmou, em nota à Folha, que os eventos dos quais participou eram “atividades docentes” e também recorreu a uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 2007. Contudo, o TCU não é ligado administrativamente ao Judiciário, pois atua como braço do Legislativo na atividade do controle externo, e o CNJ não tem poder de fiscalizar ministros do TCU. O CNJ informou que não tem sobre as palestras “resolução ou norma sobre o assunto em questão”.

O presidente do TCU, Benjamin Zymler, disse que não houve “vedação legal, regimental ou conflito de interesses” nos casos em que atuou no tribunal após proferir palestras e cursos.

– Os casos de impedimento estão previstos no inciso 8º do artigo 39 do regimento interno do TCU e que não houve incidência de quaisquer dessas hipóteses – informou. Os órgãos que contrataram palestras de Zymler argumentam que a lei permite a contratação.

Fonte: Zero Hora