superfaturamento

Falta de lei impede punição de quem superfatura obras públicas, diz perito

charge_-_joneg_-_jornal_de_negocios_-_desenho__pedrinho_-_fazendo_concretosuperfaturamentA maioria dos casos investigados pela Polícia Federal, envolvendo obras em rodovias apresenta algum tipo de irregularidade. Uma parcela desses casos se deve ao fato de as empreiteiras não apresentarem, em meio aos registros de gastos, os descontos que conseguem nas compras em larga escala.

De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Hélio Buchmüller, outro ponto que favorece essas práticas é a falta de uma legislação que tipifique o superfaturamento como crime.

“Recentemente, a criminalística da PF demonstrou por meio de estudos, que as obras de grande porte do país não são orçadas com base nos efeitos da economia de escala [segundo a qual o custo unitário diminui à medida que uma quantidade maior de material é comprada]. Logo, já partem com sobrepreço, o que facilita a ação de cartéis”, disse Buchmüller à Agência Brasil, tendo por base informações do Serviço de Perícias de Engenharia da PF.

Apesar de não haver estatísticas sobre o percentual de investigações da PF que comprovam práticas criminosas nas obras de rodovias federais, ele afirma que “a maioria dos casos que chega à Polícia Federal e ao INC [Instituto Nacional de Criminalística] apresenta algum tipo de irregularidade grave”.

Para piorar, acrescenta o presidente da APCF, “mesmo que se prove uma prática de superfaturamento em obras públicas, nossas investigações acabam esbarrando em outro problema: a legislação não trata de forma específica o superfaturamento como crime, e isso gera algumas controvérsias na tipificação criminal dessa prática”.

Dessa frustração nasceu a iniciativa da APCF de apresentar no Congresso Nacional um projeto de lei que tipifica o superfaturamento como crime de malversação de recursos públicos, o PL 6.735/06. “É durante nossas investigações que descobrimos o quão criativa é a mente criminosa. Todo e qualquer conhecimento pode ser utilizado para o cometimento de crimes”, justifica.

O PL 6.735/06 foi aprovado por unanimidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e está na fila de votações do plenário da Câmara dos Deputados. “Precisamos reunir o consenso dos líderes dos partidos para que o projeto entre em pauta. Onde houver grandes somas de dinheiro envolvido, haverá quadrilhas interessadas em fraudar”, disse o perito.

Da Agência Brasil

TCE espera concluir investigação sobre superfaturamento em 6 meses

A população de Pernambuco vai ter que esperar até seis meses para saber o resultado das investigações sobre as denúncias de superfaturamento na Secretaria de Turismo do Estado. A previsão é do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Marcos Loreto, escolhido para relatar o processo. Por causa das denúncias de superfaturamento na contratação de shows, o secretário de Turismo Sílvio Costa Filho pediu demissão do cargo na última terça-feira (1º).

Uma das empresas que estariam envolvidas nas denúncias funciona na Galeria Santo Antônio, um empresarial no bairro de Boa Viagem. É neste prédio que tem sede a Walter Shows, uma das empresas de eventos responsáveis por shows contratados pela Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur). No 12º andar, na sala onde a empresa tem escritório, vidros escuros, porta fechada e nenhuma identificação. De acordo com os deputados da oposição, em um mês, a empresam recebeu R$ 1,1 milhão para produzir 17 shows.

As possíveis irregularidades no pagamento dos shows serão investigadas agora pelo Tribunal de Cotas do Estado (TCE). O pedido, feito na semana passada, partiu tanto do Governo quando de deputados de oposição. 

Quem vai ficar responsável pela auditoria nas contas da Empetur é o conselheiro Marcos Loreto. Ele adiantou que o levantamento não será um trabalho rápido. “Não foi iniciado ainda o trabalho lá na empresa, então fica difícil a gente precisar. Um trabalho normal seria de seis meses, mas estamos dando prioridade total ao caso e espero concluir antes desse tempo”, explicou.

Fonte: PE 360