Inscritos há quase três anos no programa municipal de substituição de casas de taipa por imóveis de tijolos, alguns moradores da localidade conhecida como Piquet, na periferia de Salgueiro, estão preocupados com a demora para a entrega das novas residências. Na referida comunidade, uma das mais carentes de Salgueiro, os cidadãos convivem com o puro descaso público. Falta iluminação de qualidade, saneamento básico e coleta de lixo. A maioria das casas foi construída com barro e estão em constante risco de desmoronamento.
O medo de sua casa vir abaixo é o que está causando dor de cabeça ao casal, Inácio da Silva Santos e Sueli Cândido Silva, que disse a nossa reportagem nesta quinta-feira (23) não saber mais a quem recorrer para conseguir sua residência de alvenaria. Segundo Sueli, os moradores inscritos para receber as novas residências reuniram-se recentemente com representantes da prefeitura e foram informados que não há prazo certo para entrega dos imóveis. “Eles disseram que só para depois de janeiro de 2012 é que as casas podem sair”, afirma.
Inácio e sua mãe
Inácio nos conta que as residências de tijolos já estão quase prontas, mas como ainda não foram entregues para a população cadastradas no programa, estão sendo deterioradas pela ação de vândalos, que estão furtando portas, janelas e outros materiais dos imóveis localizados no bairro Brisas da Serra, próximo a BR-232, na saída para Araripina. Ele diz temer que sua casa de taipa venha abaixo. “Minha casa está com os três cantos abertos. Vai fazer três anos que a prefeitura prometeu que vai dá outra casa pra gente e até agora não fez nada. Eu to vendo a hora dessa casa cair por cima de mim e de minha família”, disse.
Na residência de Geneci Alexandre dos Santos, irmão de Inácio, que reside com a mãe idosa e também está inscrito no programa de troca de casas de taipa por de tijolos, os problemas são os mesmos. A casa de dois cômodos está sendo sustentada por pedaços de pau. Rachaduras estão por todas as partes. O risco de desabamento é iminente. Inácio e Geneci querem sair da localidade o mais rápido possível, mas não estão com esperança de que as casas de alvenaria sejam entregues a tempo. Os irmãos pedem que as autoridades competentes tomem providências urgentes.
Por Chico Gomes