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Atirador sofreu bullying, diz irmão

72817Desajeitado e arredio, o atirador Wellington Menezes de Oliveira era alvo de chacotas de colegas da Escola Municipal Tasso da Silveira, palco do massacre. Na adolescência, foi rejeitado pelas meninas. “Desde pequeno ele tinha distúrbio mental e sofria isso que chamam de bullying”, diz A., seu irmão adotivo de 44 anos.

Sob compromisso de não ser identificado – a Secretaria de Segurança do Rio lhe alertou que pode sofrer retaliação -, A. contou ao Estado que, ainda criança, Wellington recebeu diagnóstico de esquizofrenia. Ele foi adotado pela tia, Dicéia de Oliveira, mãe de A. “Lembro do dia em que ela chegou com aquela criança assustada no colo. Ele tinha de 6 a 7 anos quando começou a tomar remédios controlados.”

Por volta dos 13 ou 14 – idade das vítimas -, Wellington abandonou os remédios. “Desde então sua esquisitice só piorou. Ele tinha obsessão pelo Velho Testamento da Bíblia”, relatou A., negando que o irmão tivesse ligação com o Islamismo, como se especulou após a chacina.

A preocupação da família cresceu quando Dicéia percebeu que Wellington, já então viciado em internet, passou a ler manuais de fabricação de explosivos e manuseio de armas, além de pesquisar atentados terroristas, com predileção por homens-bomba do Oriente Médio. Segundo A., Wellington tinha preferência mórbida por cenas violentas e foi censurado pela família por comentar com empolgação o atentado contra Nova York, em 2001.

Os problemas se agravaram com a morte do pai adotivo, há cinco anos. E Wellington se isolou de vez após a morte de Dicéia, há dois, quando foi morar em Sepetiba, na casa deixada pelo pai. Especula-se que a partir daí passou a planejar o massacre. “Fiquei perplexo, como todo mundo, quando vi na TV a habilidade com que ele usava armas”, diz A. Para ele, Wellington aprendeu tudo na internet.

Nicéia teve cinco filhos biológicos – três vivem no Distrito Federal. Taxista por mais de 20 anos, quase todo o tempo morando em Realengo, A. divorciou-se há três e mudou para o Entorno do Distrito Federal, onde vive há mais de 15 anos seu irmão mais velho, P., de 59. Uma irmã é dona de casa e vive com o marido, professor, há dez anos em Brasília. Outros dois irmãos ainda moram no Rio, um no Realengo.

Os Oliveira Alves, irmãos adotivos de Wellington, conheciam a maioria das famílias de adolescentes atacados. “Sou pai e avô e posso sentir o tamanho da dor dessas famílias. A única coisa que podemos fazer é lamentar do fundo do coração.”

Retaliação. A vida da família está destruída. Ontem A. foi avisado pela empresa que está compulsoriamente de férias e deve aguardar em casa. Hipertenso e doente renal, P. teve ontem de ser internado. Pai de santo, ele comanda a Casa Afro-Cultural e Assistencial São Jorge, entidade filantrópica com registro ativo no governo federal, que recebe dinheiro público para atividades assistenciais. Por determinação policial, que considera elevado o risco de atentados, ele fechou o local por tempo indeterminado.

Fonte: Estadão

Polícia encontra computador destruído em casa de autor de massacre no Rio

10747604Enquanto policiais da área de homicídios, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, tomavam depoimentos de professores e testemunhas do massacre promovido por Wellington Menezes de Oliveira, na Escola Municipal Tasso de Oliveira, em Realengo, uma psicóloga da corporação esteve, durante a noite de quinta-feira, na casa do assassino, em Sepetiba, também na zona oeste.

A analista foi colher subsídios que levassem a uma melhor compreensão da tragédia e fazer o levantamento do perfil psicológico do assassino.

Na casa do atirador a polícia encontrou um rastro de destruição: computadores e eletrodomésticos queimados, provavelmente com a intenção de dificultar a ação dos policiais. Na casa, não foi encontrado nenhum vestígio de drogas e bebidas alcoólicas que pudesse definir Wellington como um viciado.

A polícia apurou que a família que criou Wellington frequentava a igreja Testemunhas de Jeová e que ele tinha um cachorro e um gato. Os investigadores também descobriram que ele havia pedido demissão do emprego em que trabalhava, em uma fábrica de salsicha, há cerca de sete meses, quando sua mãe morreu.

Os vizinhos o definiram como um sujeito quieto, que não costumava falar com ninguém, vestia-se sempre de preto e passava a maior parte do tempo em frente ao computador.

Para a Polícia Civil, a carta deixada por Wellington mostra sinais de insanidade e tendência fundamentalista, e contém frases que podem indicar problemas com as mulheres. Ele fala em “pessoas impuras”, que não poderiam tocá-lo a não ser usando luvas. Na carta, ele também se define como um homem puro.

Outro fato passível de investigação é o fato de que, entre as 11 crianças que morreram, dez eram do sexo feminino e apenas uma delas do sexo masculino. Também entre os feridos há predominância de meninas: dos 13 feridos, 12 são do sexo feminino.

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Fonte: Agência Brasil

Rússia condena Stalin por massacre de Katyn

memorial-de-katyn-c0d6A Assembleia Nacional da Rússia (Duma) aprovou na sexta-feira uma declaração que reconhece que o massacre de 22 mil oficiais poloneses na floresta de Katyn, entre 1940 e 1941, foi realizado por ordem direta de Josef Stalin e outros dirigentes soviéticos e condena o então ditador por tê-lo ordenado.

O presidente polonês, Bronislaw Komorowski, elogiou a declaração da Duma, bem como o primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, que, no entanto, disse que Varsóvia ainda espera uma postura parecida por parte do Kremlin. A declaração aprovada pelo Parlamento russo ocorre dias antes da visita oficial do presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, à Polônia, prevista para o dia 6 de dezembro.

“É um sinal importante”, avaliou o presidente do Parlamento polonês, Grzegorz Schetyna, que expressou seu desejo de que o fato sirva de ponto de partida para uma mobilização sobre o massacre. “É preciso comemorar porque, pouco a pouco, os assuntos difíceis e dolorosos entre Rússia e Polônia estão sendo resolvidos”, disse o líder do sindicato Solidariedade, organização sindical independente do Partido Comunista, Lech Walesa.

As autoridades soviéticas sempre apontaram os nazistas como responsáveis pela morte dos milhares de oficiais poloneses. Só em 1989 o último dirigente soviético, Mikhail Gorbachov, admitiu a responsabilidade da União Soviética pelos episódios em Katyn (Rússia). Em 1992, o então presidente russo, Boris Yeltsin, entregou a seu colega polonês, Lech Walesa, documentos que provavam o massacre dos 22 mil militares poloneses.

Fonte: Terra