Um dia após a Síria enviar tanques de guerra à cidade de Deraa, prender 500 manifestantes e matar dezenas durante a violenta repressão aos protestos, a França disse que a situação é inaceitável e pediu à União Europeia (UE) e à ONU para tomarem medidas contra o regime do ditador Bashar al Assad. Uma intervenção militar sem o apoio das Nações Unidas, no entanto, foi descartada.
Ao menos 25 pessoas morreram na segunda-feira (25) vítimas da repressão aos protestos na cidade de Deraa, 100 km ao sul de Damasco, onde mais de 3.000 soldados apoiados por blindados e tanques foram mobilizados na manhã de ontem, de acordo com ativistas dos direitos humanos.
O grupo de direitos humanos Sawasiah informou que as forças de segurança do governo da Síria mataram pelo menos 400 civis na tentativa de reprimir os protestos contra Assad. Para o grupo, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) precisa se reunir para iniciar um processo contra funcionários do governo da Síria no Tribunal Penal Internacional e “controlar os órgãos de segurança” do país.
Em visita à Itália, o presidente francês Nicolas Sarkozy disse que a sangrenta reação do governo sírio aos protestos que pedem a renúncia do ditador Al Assad está chegando ao limite da brutalidade.
“A situação é inaceitável. Não se enviam tanques, Exército contra manifestantes, a brutalidade é inaceitável. Apoiamos as aspirações de liberdade dos povos árabes”, disse.
Os comentários chegam um dia após a própria França, ao lado da Alemanha, Portugal e Reino Unido, terem circulado um documento numa reunião do Conselho de Segurança, pedindo que o organismo condene as ações do regime de Assad.
Fonte: Diário do Nordeste