África

ONU convoca reunião de emergência sobre fome na África

int01210711A ONU convocou uma reunião emergencial para segunda-feira para discutir o envio de ajuda para regiões assoladas pela seca no leste da África, inclusive para duas regiões da Somália onde foi declarada situação de fome crítica. Todo o nordeste africano, inclusive Quênia e Etiópia, sofrem há anos com uma grave seca, e a Organização das Nações Unidas disse que duas regiões do sul da Somália estão passando pela pior onda de fome em 20 anos, ameaçando 3,7 milhões de pessoas.

A FAO (agência da ONU para alimentação e agricultura) disse que a reunião extraordinária na sua sede, em Roma, terá a presença de ministros e outros representantes dos seus 191 países filiados, além de outras agências da ONU, ONGs e bancos regionais de desenvolvimento. A reunião foi convocada a pedido da França, que atualmente preside o G20 (grupo de grandes economias desenvolvidas e emergentes).

A ONG britânica Oxfam acusou na quarta-feira vários governos europeus de negligenciarem propositalmente a reação à crise, e disse que há um déficit de US$ 800 milhões na ajuda humanitária. A situação ficou mais grave na Somália devido aos sucessivos anos de anárquico conflito no país, que impede o acesso de agências humanitárias às comunidades da região. Quase 135 mil somalis já fugiram do país desde janeiro, a maioria para o Quênia e a Etiópia, e muitas crianças pequenas morreram durante a jornada.

Militantes islâmicos ligados à Al Qaeda, que controlam grande parte do sul e centro da Somália, proibiram a distribuição alimentar em 2010, alegando que isso causaria dependência em relação à comunidade internacional, mas revogaram a medida neste mês, devido ao agravamento da situação.

Fonte: Terra

Fala humana surgiu na África

5vrncmkv6r5mkblrhjrqtgay6O continente africano parece ser mesmo o berço de basicamente tudo que se refere a espécie humana, inclusive da linguagem falada. Uma análise dos sons usados na comunicação humana feita pelo pesquisador Quentin Atkinson, da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, indica que ela nasceu apenas uma vez, na África.

O trabalho foi feito com base em 504 línguas diferentes, e mostrou que há uma maior diversidade de fonemas nas línguas africanas e uma menor, na fala dos povos da América do Sul e do Pacífico. “Eu sabia que uma das evidências que dão suporte à origem do homem moderno na África é a diminuição da diversidade genética com o aumento da distância da África”, explicou Atkinson ao iG.

De acordo com ele, isto se encaixa no chamado “modelo do efeito fundador”, no qual populações que se expandem por novos territórios passam por períodos de gargalo – épocas de diminuição do tamanho da população – durante os quais há uma perda de diversidade.

“Esta teoria prevê que a diversidade deveria ser maior no ponto de origem da expansão”, prossegue o pesquisador. E completa: “Eu sabia que as linguagens têm um menor número de fonemas (usam menos sons) em populações pequenas, e pensei que seria interessante verificar se havia um efeito fundador linguístico, e onde ele colocaria a origem da linguagem”.

A diminuição do número de fonemas não pode ser explicada, segundo Atkinson, por outros fatores, como mudança demográfica, e é uma forte evidência de que a origem de todas as línguas humanas modernas ocorreu na África. Publicado na revista Science desta quinta-feira, 14, o resultado surpreendeu o próprio pesquisador, que esperava que a distribuição dos fonemas ao redor do mundo fosse aleatória.

“Em vez disso, há estas claras diferenças regionais[…] e elas levam a uma origem na África, como vemos com os genes”, afirmou.

“Gosto da ideia de que todas as línguas vêm de uma mesma origem”, comentou. “Do ponto de vista de que a linguagem é um marco da identidade cultural, isto significa que, como nossa herança genética, ela provém da África.”

Fonte: Último Segundo

“Vida de ex é melhor que a de presidente”, diz Lula na África

lula-afrO ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta segunda-feira do primeiro dia de encontros do Fórum Social Mundial, em Dacar, no Senegal. Bem-humorado, Lula disse ao presidente do país africano, Abdoulaye Wade, que a vida após deixar o Palácio do Planalto tem sido melhor do que enquanto estava lá. “A vida de ex-presidente é melhor que a vida de presidente”, afirmou após ter recebido elogios sobre sua forma física.

Recebido com honras de chefe de Estado, Lula integra a delegação brasileira que participa do evento juntamente com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e as secretárias de Direitos Humanos e Promoção da Iguldade Racial, Maria do Rosário e Luiza Helena de Bairros, ambas com status de ministra.

Em seu discurso, Gilberto Carvalho pediu desculpas aos africanos pela escravidão, repetindo uma atitude de Lula, quando presidente em 2005. “Eu venho, como já disse o presidente Lula, pedir perdão; perdão aos irmãos africanos por esse processo de escravidão. Para nosso orgulho, hoje os afrodescendentes já são maioria da nossa população”, afirmou Carvalho. O evento segue até a próxima sexta-feira.

Fonte: Terra

Lula diz que Brasil deve fazer mais pela África

lula_226x170_agenciabrasilReunido com 13 presidentes de países da África Ocidental, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na manhã de ontem que quem vier depois dele terá obrigação de “fazer mais” pela relação com o continente e que a aproximação não é “benevolência” do Brasil.

O discurso do presidente brasileiro, que participou ontem da cúpula Brasil-Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), soou como música aos ouvidos dos chefes de Estado africanos.

“Independentemente do Lula ser presidente do Brasil, quem vier depois de mim está moralmente, politicamente e eticamente comprometido a fazer muito mais”, discursou, falando de improviso.

Lula foi aplaudido ao dizer que não há como o Brasil “pagar ou mensurar em dinheiro a dívida” do país com a África. “Nós somos devedores do nosso jeito de ser, somos devedores da nossa cultura, da nossa arte, da nossa cor, da miscigenação do povo brasileiro”, disse.

Segundo o presidente brasileiro, a aproximação está introjetada na “juventude brasileira” e não foi apenas uma decisão dele ou de ministros, mas de “Estado”. O presidente citou a relação dos países europeus que colonizaram a África para dizer que o Brasil não pode agir com a mesma “mesquinhez” histórica. Defendeu a transferência de tecnologia, em especial na área de biocombustível. Lula voltou a falar da ajuda que o Brasil representa para que países africanos reproduzam “a revolução da agricultura brasileira” e também invistam na produção de biocombustíveis.

Fonte: Diário do Nordeste