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Servidores da Receita Federal pedem exoneração após aprovação do Orçamento 2022, que inclui reajuste apenas a policiais

Num movimento articulado, ao menos 172 servidores da Receita Federal que atuam em cargos de confiança pediram exoneração nesta quarta-feira (22), segundo levantamento feito pelo g1.

São 46 de São Paulo, 11 do Rio e do Espírito Santo, 10 do Acre, 6 do Rio Grande do Norte, 9 de Mato Grosso do Sul, 75 do Rio Grande do Sul, 6 de Roraima e 9 do Piauí.

São auditores e analistas que têm cargos de delegados e chefes do órgão tributário. Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), trata-se de um movimento nacional, e a estimativa é a de que cerca de 500 servidores de todo o país já entregaram seus cargos até a última atualização desta reportagem.

O Ministério da Economia e a Receita Federal informaram que não vão se manifestar.

Na carta de exoneração, os delegados dizem que a Receita teve seu orçamento reduzido em 51,4% só na parte da tecnologia da informação. Segundo o documento, os cortes afetam principalmente a administração das unidades e a gestão de soluções informatizadas e que há risco de não haver recursos para o pagamento de contas de água e energia elétrica.

O texto afirma ainda que o corte no orçamento da Receita para 2022 é equivalente ao valor que foi destinado ao pagamento do aumento para carreiras Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

O orçamento aprovado prevê um valor de R$ 1,7 bilhão para esta finalidade. De acordo com o Ministério da Economia, o aumento salarial para a categoria se deve a uma “decisão do presidente da República”.

“Observa-se que o valor corte orçamentário proposto é proporcional ao valor destinado para a reestruturação da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional e do Ministério da Justiça. Com isto temos que os valores que serão cortados da Receita Federal do Brasil serão utilizados para satisfazer os reajustes acordados com as carreiras retro citadas, numa demonstração de absoluto desrespeito à administração tributária”, diz a carta.

Fonte: G1