Mesmo com a chegada da vacina da dengue, que começou a ser distribuída pelo Ministério da Saúde em fevereiro deste ano, os casos da doença no Brasil continuam a subir, assim como os óbitos. De acordo com o Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde, o país já contabiliza 1.116 mortes em 2024. Além da dengue, no entanto, várias outras viroses estão em alta, como a gripe e até mesmo a Covid-19, e alguns dos sintomas podem ser confundidos.
Os sinais mais marcantes da dengue são dor atrás dos olhos e manchas vermelhas, mas o paciente também apresenta dor no corpo e nas articulações, mal-estar e dor de cabeça. Já os sintomas que, quando presentes, merecem mais atenção são dor abdominal intensa e contínua, vômitos, acúmulo de líquidos, sangramento de mucosa e irritabilidade. Mas o primeiro sinal da dengue é a febre alta (superior a 38° C), que começa de repente e dura de dois a sete dias, acompanhada de dores, fraqueza e manchas vermelhas. Já a gripe, mesmo que também cause febre, dores no corpo e franqueza, tem outros sintomas que são mais específicos de infecções respiratórias, como coriza, dor de garganta, tosse, mas também dor de cabeça e até mesmo diarreia ou vômito.
Na Covid-19, apesar de tosse e congestão nasal serem menos comuns, também estão presentes sintomas clássicos de infecções respiratórias. Os pacientes também podem apresentar perda de olfato e paladar, dor abdominal, diarreia, calafrios e fadiga. Casos mais graves também podem causar dificuldades para respirar ou pressão no tórax, e até sinais de pneumonia. “A dengue geralmente causa dor atrás dos olhos, erupção cutânea e dor intensa nas articulações, enquanto esses sintomas são menos comuns na gripe e na Covid-19”, destaca Andréa Rosane, coordenadora do curso de Enfermagem do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE). Ela também ressalta que, em casos de suspeita, é preciso procurar um profissional de saúde, para ter um diagnóstico correto e um tratamento adequado.
Por não ter um tratamento específico para a dengue, o foco é o alívio dos sintomas, o que inclui repouso, boa hidratação, controle da febre e analgésicos seguros, que devem ser prescritos por especialistas. Andréa explica que alguns medicamentos, como aspirina e anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), a exemplo da nimesulida e do ibuprofeno, podem ser perigosos para pacientes com dengue, devido aos efeitos que têm na coagulação sanguínea. Isso porque, em alguns casos, em especial os mais graves, os pacientes apresentam queda nas plaquetas, o que pode causar hemorragias.
Uma boa hidratação também é fundamental, já que a dengue faz o indivíduo perder líquidos, mesmo sem hemorragias. “Beber muitos líquidos, como água, sucos e bebidas isotônicas é essencial para prevenir a desidratação e garantir que o corpo tenha os fluidos necessários para combater a infecção viral”, explica a enfermeira. O tempo de recuperação varia de pessoa para pessoa e também depende da gravidade do caso. Em geral, os sintomas agudos duram uma ou duas semanas, mas fadiga e fraqueza podem demorar mais tempo.