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São Paulo e Brasília têm protesto fragmentado e com menos pessoas

A avenida Paulista, em São Paulo, e a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, voltaram a reunir rostos pintados de verde e amarelo neste domingo, em uma reedição do ato do último dia 15 de março. Mas apesar do alvo comum ─ a presidente Dilma Rousseff e, por extensão, o PT -, os protestos nas duas cidades foram marcados também pela fragmentação e por diferenças ideológicas entre os manifestantes.

A avenida paulistana foi fatiada entre os organizadores do evento, que dessa vez, de acordo com estimativas, recebeu um público menor. Segundo a PM, 275 mil pessoas participaram do protesto. Já o Datafolha calculou o número de manifestantes em 100 mil.

Se entre os movimentos ─ a reportagem da BBC Brasil contou pelo menos sete diferentes, entre os quais os já famosos ‘Vem pra Rua’, ‘Revoltados Online’ e ‘Movimento Brasil Livre’ ─ as pautas se confundiam, entre os manifestantes tampouco havia unanimidade clara.

Na medida em que caminhava pela via, o público gritava palavras de ordem contra a presidente e o governo, mas reiterava suas divisões. Alguns apoiavam a intervenção militar, outros pediam reforma política. Havia ainda aqueles que diziam ser contrários ao PT, mas apoiavam propostas defendidas pelo partido, como o veto ao projeto de lei que regulamenta a terceirização, aprovado pela Câmara dos Deputados no decorrer desta semana.

Em meio ao emaranhado de diferentes opiniões, multiplicaram-se citações: as referências foram de Mises (Ludwig von Mises, o economista liberal austríaco) a Pelé.

As placas ostentadas pelos manifestantes também eram globalizadas, indo do português (“Dilmão, o dragão da inflação” ou “Menos Marx, mais Mises”) ao inglês (“We want military intervention” (“Nós queremos intervenção militar”) ou “Lula and Dilma: The mentors and leaders of the biggest corruption scandal in the world” (“Lula e Dilma: Os mentores e líderes do maior escândalo de corrupção no mundo”).

Fonte: BBC Brasil