O roteiro já estava escrito pelo Náutico. Só faltava a assinatura do Santa Cruz pela “co-produção”. Perante uma plateia de mais de 60 mil torcedores, o recorde de público do ano no Brasil, o Tricolor estrelou o “filme” que lhe garantiu o Oscar do Campeonato Pernambucano. Em uma partida nervosa, digna de um “Clássico das Multidões”, o Santinha perdeu para o Sport, por 1 a 0, na tarde deste domingo, no Estádio do Arruda, em Recife, mas soltou o grito de é campeão.
Além de acabar com um jejum de seis anos e conquistar seu 25º título estadual, o Santa também estragou a festa do Leão da Ilha, que sonhava com o hexacampeonato pernambucano. Tal feito continuará com o Náutico, que segue com motivos de sobra para comemorar seu “Hexa de luxo”, expressão muito utilizada pelos alvirrubros.
O último título tricolor havia acontecido em 2005. Depois disso, o Sport emendou uma sequência de cinco títulos consecutivos – pela segunda vez em sua história. O Leão, contudo, continua a ser o maior campeão do Estado, com 39 conquistas. O Náutico tem 21 taças, enquanto o América tem seis títulos.
Agora, os dois times voltam suas atenções para as competições nacionais. O Sport terá menos de uma semana para colocar a casa em ordem para a estreia no Brasileiro da Série B, que acontece no próximo sábado, contra o Icasa, na Ilha do Retiro. Já o Santa aguarda as definições dos grupos da Série D, que começa em 18 de julho.
Fonte: Futebol Interior
Peço mil desculpas a história – por ter chegado atrasado, e aos tricolores de coração e alma, de paixão branda e profunda pelo nosso santinha.
Ser tricolor é humano e sensato; é grato ao amor e à gratidão humana; é agradecer o ar que respira , a água que bebe e o pão que fortalece o organismo para “cuidar da lida” diária – de dia e de noite.
Foi pensando assim e refletindo com essa naturalidade que eu, ainda criança, senti na pele – nua e crua, que ser tricolor pernambucano é ser um santo pecador de olhos abertos e de visão bem ampla em cima de tudo o que cerca o ser humano.
Minha iniciação como torcedor do Santa Cruz não se deu por acaso; não foi um milagre, mas um caso que não terá fim entre um ser humano e uma entidade sagrada do gênero esportivo mais popular e amado do Brasil.
De calças curtas, andando de bonde e curtindo a brisa do Atlântico, senti no Recife que o Santa Cruz era na verdade o time de futebol mais querido da Veneza Brasileira.
Longe de ser um “amor a primeira vista”, o tricolor do Arruda tornou-se um amor de verdade no dia e hora que o senti (o Santa é assim: a gente sente) que devia torcer por um time de futebol.
Não detesto, não deploro e jamais terei ódio (este termo me é desconhecido) qualquer outro time, mas o Santinha faz parte de mim. Eu amo o Santa Cruz por que as três cores dizem tudo pra quem pensa em um povo que sofre, que pruduz, e ama a liberdade.
É campeão, sim senhor !