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RS: qualidade do ensino leva alunos da rede privada para escola federal

No meio de uma plateia de cerca de 1 mil pessoas que participaram da inauguração do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Osório, no litoral gaúcho, com a presença da presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira, três estudantes do ensino médio integrado ao técnico em administração demonstravam empolgação com a oportunidade de estudar em uma escola da rede federal. Bárbara Prates, 15 anos, Heloísa Colombo, 14 anos, e Júlia Arruda, 16 anos, trocaram uma instituição particular da cidade de Capão da Canoa, também no litoral, pela “qualidade do ensino federal”.

As três percorrem todos os dias um trajeto de cerca de 40 minutos de duração entre as duas cidades para chegar ao campus onde cursam o segundo ano do curso, que por causa do técnico tem duração de quatro anos. O esforço vale a pena, segundo as amigas. “Os professores são muito bons”, disse Julia, que não está interessada em seguir carreira na área de administração, e sim passar em medicina numa universidade pública.

As três colegas precisaram ser aprovadas numa prova disputada para poder estudar no instituto, já que as vagas são limitadas e há cotas para alunos da rede pública. Elas cumprem as aulas na parte da manhã e à tarde têm reforço das disciplinas e ainda fazem cursos gratuitos por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), como de inglês.

“É muito bom porque podemos tirar todas as dúvidas do conteúdo e ainda fazer cursos de graça”, conta Heloísa, que ainda não sabe qual carreira vai seguir. Segundo ela, a maioria dos colegas não pensam em parar os estudos no curso técnico, e sim em entrar na faculdade pública.

Apesar da qualidade do ensino, elas reclamam da estrutura que acabou de ser inaugurada pela presidente. “Passamos o dia inteiro aqui, não tem um refeitório, não tem uma lanchonete perto, temos que trazer tudo de casa”, disse Heloísa. Segundo ela, a estrutura não conta com uma quadra de esportes, nem áreas de lazer.

No entanto, as amigas dizem que o novo prédio já é bem melhor que a estrutura antiga. O instituto foi inaugurado em 2010, e desde então funcionava em um prédio cedido pela prefeitura. Somente em fevereiro deste ano, os alunos foram transferidos pela unidade própria. “Era tudo improvisado, agora começou a melhorar”, disse Bárbara, que pretende fazer faculdade de direito.

Segundo a assessoria do IFRS, foram investidos R$ 3,6 milhões na construção do campus, mas novas obras estão em andamento para a instalação de uma área de lazer e salas de artes, além de refeitórios e uma lanchonete.

Fonte: Terra