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Renan Calheiros cobra de Dilma diálogo com aliados

Em mais um sinal de insatisfação com o Palácio do Planalto, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que “conversar não arranca pedaço” e “aliança não significa pensar absolutamente igual sobre tudo”. Ao cobrar maior diálogo da presidente Dilma Rousseff com os aliados, Renan disse que o governo precisa fazer sua parte ao ouvir as demandas do Legislativo.

“Nós [Congresso] vamos fazer o que nós podemos. Mas a construção de uma grande convergência, de uma agenda nacional, a criação de um momento novo de união nacional precisa de conversas de lado a lado. Mesmo que as pessoas não concordem em algumas coisas, elas precisam conversar. Conversa, todos sabem, não arranca pedaço não.”

O PMDB impôs derrotas à presidente Dilma Rousseff na Câmara esta semana diante da insatisfação de parte da bancada com o tratamento recebido pelo Palácio do Planalto durante o período eleitoral. No Senado, os aliados também ameaçam uma rebelião com a aprovação de propostas incômodas ao governo, como referendar a derrubada do decreto de Dilma que amplia poderes de conselhos populares.

O presidente do Senado defendeu que os envolvidos nas eleições “esfriem os ânimos” e “descansem um pouquinho”, mas reiterou que a convergência só será alcançada com melhor diálogo com o Planalto, por meio de sua articulação política.

“É hora de construir uma convergência, uma agenda nacional, mas isso não vai cair do céu. Isso terá que ser construído por uma boa interlocução.”

Para Renan, a aliança firmada pelo Planalto com partidos governistas no Congresso não é suficiente para garantir a aprovação de matérias de interesse do governo.

“Nós temos uma aliança e essa aliança vai preponderar, haja o que houver. Agora, aliança não significa pensar igualmente sobre tudo. Aliança não é isso”, afirmou o peemedebista.

Apesar das críticas, Renan negou que o Senado esteja preparando, a exemplo da Câmara, uma “pauta bomba” com a aprovação de projetos com impactos nas contas públicas. “Não haverá pauta bomba. Nós temos preocupação com o equilíbrio fiscal.”

Mesmo com a negativa de Renan, o Senado prepara para a próxima semana a votação da proposta que troca o indexador das dívidas dos Estados com a União, com efeitos na arrecadação da União.

“Nós vamos colocar a troca do indexador porque há um acordo com relação a esse calendário. Nos comprometemos que, quando passasse o segundo turno, colocaríamos em votação”, disse Renan.

Fonte: Folhapress

Um comentário sobre “Renan Calheiros cobra de Dilma diálogo com aliados

  1. Machado Freire

    Nunca estivemos tão perto de uma ditadura meramente disfarçada.

    Eles fizeram tudo o quanto foi possível – dentro do esquema de corrupção avançada – para dominar a Nação.

    Começaram com a implantação do esquema do mensalão, que durou nove anos para ser apurado. Por ele, os chefes e intimos do poder tinham o interesse (entre ouros) de controlar o Congresso Nacional e juntar muito dinheiro para o futuro.

    Vieram outros escândalos, como o da Petrobrás. Ninguém sabe quando vai acabar a apuração desse tenebroso caso.

    Somos , hoje, um país de obras inacabadas. Só o programa fajuto da Copa do Mundo deixou obras pela metade -ou apenas iniciada, em quase todos os estados onde aconteceu o campeonato mundial de futebol. Até no Ceará dos artistas Gomes Ferreira tem obra inacabada.

    Ai vem a pergunta lógica: eles dialogavam ou apenas faziam transferências de cargos, de benesses outras em troca de apoio no Congresso ( desde os tempos de Lula) ?
    Reeleita, a presidente Dilma promete diálogo e seus “parceiros” também estão dizendo aos quatro cantos que “querem diálogo”.

    E vem essa patomima do PMDB (um partido que perdeu sua identidade para sempre) através de Renan Calheiros querendo falar grosso, exigindo diálogo com o seu próprio governo.

    E o povo vai dialogar com quem ?