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Preso diz à PF que hackeou mensagens da Lava Jato e as entregou de forma anônima ao Intercept

Para a Polícia Federal, Walter Delgatti Neto, preso na terça-feira (23) sob suspeita de atuar como hacker, foi a fonte do material publicado pelo site The Intercept Brasil com conversas de autoridades da Lava Jato.

Em depoimento, Delgatti, um dos quatro presos na operação de terça, disse que encaminhou as mensagens ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site, de forma anônima, voluntária e sem cobrança financeira.

Os contatos com Greenwald foram, segundo o preso, virtuais, somente pelo aplicativo de conversas Telegram, e ocorreram depois que os ataques aos celulares das autoridades já tinham sido efetuados.

A polícia agora trabalha para confirmar se as informações dadas por Delgatti, de que agiu de forma voluntária e sem pedir dinheiro em troca, são verdadeiras.

Não há até agora indício de que tenha havido pagamento pelo material divulgado, segundo investigadores.

Em depoimento, Delgatti afirmou ainda ter agido neste caso por não concordar com os caminhos da Lava Jato. A apuração da PF é de que o grupo hackeava contas do Telegram e contas bancárias por dinheiro. 

A perícia criminal da Polícia Federal copiou dados guardados pelo suspeito em plataformas de nuvens na internet que sugerem veracidade em pelo menos algumas das declarações de Delgatti.

Nesse material, estavam conversas entre procuradores da Lava Jato como as que foram divulgadas pelo The Intercept.

De acordo com envolvidos na busca e apreensão na terça, um celular de Delgatti estava na conta do Telegram do ministro da Economia, Paulo Guedes, quando agentes chegaram para realizar a operação.

Fonte: Folhapress