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Presidente da CBF culpa ‘história de família’ por 7 a 1 da Alemanha na Copa do Mundo

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, tem sofrido as consequência do escândalo de corrupção da Fifa. Na tarde desta terça-feira, o mandatário passou por uma sessão para prestar esclarecimentos na Comissão de Esportes da Câmara dos Deputados, em Brasília. Um dos assuntos abordados foi a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil.

“O time não estava bem, não jogou bem desde a primeira partida. Se não tivesse aquela história de família, tenho a impressão de que teríamos tido um outro momento, mas futebol é tragédia. A Copa foi espetacular para o Brasil, houve uma evolução, mas ficou manchada pelo 7 a 1”, afirmou o presidente.

Na semana passada, a Justiça americana divulgou a confissão de Chuck Blazer sobre o recebimento de propinas na escolha das sedes dos Mundiais de 1998 e 2010. Porém, Del Nero negou qualquer situação semelhante na última edição da competição.

“Faço questão de esclarecer que jamais participei de escolhas da sede da Copa do Mundo. Não votei e não sei como foi no passado. Falam até que no Brasil teve alguma coisa errada quando, na verdade, tivemos uma candidatura única. Não sei como pode ter algo errado se fomos candidatura única”, explicou.

O presidente ainda comentou sobre sua proposta de limitação dos mandatos na CBF, que poderia se estender às federações. “Faremos uma assembleia para discutir a reeleição. Entendi que precisava haver uma mudança e eu tinha que dar o exemplo. Por isso propus limitar a dois mandatos, o que é perfeitamente plausível. Temos que fazer as reformas e começar dentro da nossa própria casa”, declarou.

Além disso, Del Nero falou sobre os contratos feitos pela entidade. “Acompanhava o fechamento destes contratos quando me chamavam. Fui a alguns, mas participava como ouvinte. O presidente permitia que eu desse a minha opinião. Os valores estavam mais ou menos determinados. Participei sim de alguns”, disse.

“O contrato da Nike é de 1996. São coisas muito antigas. Não sei o que aconteceu, nem se ocorreu. Temos que fazer uma investigação. O contrato atual é excelente, mas acho que pode ser cobrado um valor um pouco maior”, esclareceu.

Sobre a acusação de “venda” da Seleção Brasileira, o presidente descartou qualquer possibilidade de influência das empresas na convocação dos jogadores. “Achar um adversário não é fácil. Jogamos com o Chile agora, e a empresa queria um jogo na África, mas tinha ebola. Conversei com o Marin e falei que podíamos jogar em Londres, onde a renda é muito boa, assim como o estádio e o campo. A empresa aceitou e arrumou o Chile. Mas ninguém interfere em escalação. Não existe essa possibilidade. Um técnico não aceitaria isso”, garantiu.

Embora se diga inocente, Del Nero já contratou o advogado criminalista José Roberto Batochio. “Tem uma CPI aberta. Por isso, todos que foram convidados têm que estar preparados, protegidos. Todos nós temos o direito de contratar um advogado”, concluiu.

Fonte: Gazeta Press