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Portuguesa já ameaça: ‘Vai ficar ruim para a Fifa e a CBF’

O presidente da Portuguesa, Manuel da Lupa, prometeu nesta terça-feira que o clube irá recorrer em todas as esferas possíveis para tentar reverter a punição aplicada na segunda pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que acabou decidindo por unanimidade pelo rebaixamento da equipe no Brasileirão. Em entrevista coletiva concedida em São Paulo, o cartola prometeu que a defesa da Portuguesa não vai parar no Pleno do STJD, que avaliará o recurso do clube no dia 27. Em caso de nova derrota, ele não descarta uma ação na Justiça comum, seja através do próprio clube, seja através de torcedores (uma forma de evitar punições da Fifa à agremiação). “Não vamos abandonar o barco, não vamos desistir”, avisou o dirigente. Já prevendo que será difícil reverter a queda à segunda divisão no STJD, Manuel da Lupa deixou claro que a briga pela permanência na elite deverá ultrapassar os limites da justiça desportiva.

“É o que vai acabar acontecendo”, disse o presidente da Portuguesa ao ser questionado sobre a ida à Justiça comum. “Tem de correr o julgamento em todas as esferas, mas vai acabar acontecendo, sabemos disso. Aí a CBF e o STJD vão ter que se acertar com a Fifa”, ameaçou, em referência a um possível imbróglio jurídico que pode até atrapalhar a Copa do Mundo. A Fifa costuma punir os clubes e federações que apelam aos tribunais civis para resolver questões de ordem desportiva. Manuel da Lupa informou que a chance de a própria Portuguesa abrir uma ação desse tipo é pequena, justamente por causa da gravidade das punições decorrentes dessa estratégia – existe o risco de o clube ser desclassificado das competições. O cartola acredita, porém, que os próprios torcedores da equipe recorram às cortes para tentar manter o time na primeira divisão. “2014 é ano de Copa, o pessoal vai correr para a Justiça comum, vai ficar ruim para a CBF e a Fifa…”

Os outros clubes e a CBF têm motivos para temer uma ação desse tipo porque ficará aberto o caminho para uma repetição do episódio de 2000, quando o Gama foi à Justiça comum para tentar reverter seu rebaixamento, determinado no tapetão, e acabou impedindo a realização do Brasileirão. Em meio à guerra judicial, o torneio foi substituído na temporada seguinte pela Copa João Havelange. Até por causa disso, o Fluminense, grande beneficiado com a decisão do STJD na segunda, evita festejar publicamente a derrota da Portuguesa. “Não estamos comemorando nada. A decisão foi em primeira instância e certamente vai ter recurso. Não vemos como vitória, apenas fizemos o nosso trabalho. A torcida faz a parte dela ao comemorar, mas no Pleno serão nove cabeças pensando de outra forma”, afirmou Mário Bittencourt, advogado do clube carioca. Inicialmente, o Flu buscou se afastar do caso – uma tentativa de evitar ser visto como pivô do rebaixamento dos paulistas. Na segunda, porém, Bittencourt se apresentou como parte interessada em nome do clube e defendeu abertamente a punição à Portuguesa para preservar os interesses de sua agremiação.

Fonte: Veja