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Polícia apresenta travestis acusados de matar servidor para roubar R$ 700

O funcionário público estadual Evenner Dolabani Kassar, de 38 anos, foi morto por causa de R$ 700 que carregava na carteira. Dois acusados foram apresentados pela Polícia Civil de Corumbá na tarde desta terça-feira, 11 de junho. O delegado titular do 1º Distrito Policial, Gustavo Bueno, considera o crime 100% esclarecido. Presos preventivamente, Soner Claros da Cunha, 43, conhecido como “Isabô”, e Alexandre Júnior Duarte da Silva, 20, a “Alessandra”, foram indiciados por latrocínio – roubo seguido de morte – e podem pegar até 30 anos de prisão se forem condenados judicialmente. O inquérito deve ser concluído nesta quarta-feira, dia 12, e encaminhado à Justiça.

Evenner foi morto no final da madrugada do domingo, 12 de maio, para que não denunciasse o caso. O carro [caminhonete Nissan Frontier] dele foi encontrado na calçada da rua Antônio Maria, quase esquina com a rua Porto Carrero, na área central de Corumbá, encostado numa árvore de Sete Copas. “A vitima morreu com um disparo de arma de fogo que atingiu a parte de cima da cabeça. Isso pressupõe que houve uma tentativa de se proteger do disparo, daí o porquê desse disparo ter transfixado a calota craniana e atingido a parte do ombro”, explicou o delegado.

Para esclarecer o crime, a investigação seguiu um criterioso trabalho de busca e confirmação de provas. Inicialmente, a linha investigativa apontava para homicídio, mas as provas começaram a indicar para latrocínio. “Concluímos que se tratou de um roubo seguido de morte, em que esses dois rapazes abordaram a vítima na área central de Corumbá, rodaram com a vítima no interior do veículo, sob ameaça de uma faca e, por terem visto que na carteira teria uma boa quantidade em dinheiro, que se comprova por extratos bancários, que houve saque. O Soner, que estava no banco de trás, deu um ‘bote’ na carteira da vítima e voaram algumas notas. Por isso no carro foram encontrados 37 reais”, contou o titular do 1º DP explicando o dinheiro espalhado no carro, além de a vítima ter permanecido com relógio e corrente.

A hipótese do latrocínio surgiu quando os policiais descobriram que o funcionário público havia feito um saque de cerca de R$ 700, dinheiro não encontrado na caminhonete. “Ele tinha feito um saque maior, que foi confirmado no decorrer da investigação”, disse Gustavo Bueno. Câmeras de segurança espalhadas pela cidade ajudaram a montar a dinâmica e cronologia do crime. “Câmeras de segurança foram primordiais para o nosso trabalho, conseguimos estabelecer a cronologia dos fatos. Temos a dinâmica da seguinte forma: o veículo sai das proximidades do Aeroporto, vai até a parte alta de Corumbá e posteriormente prossegue até a rua Porto Carrero nas proximidades da Esplanada, no poliesportivo, onde a vítima para e os dois desembarcam. Ocorre a subtração e o disparo da arma de fogo. A vitima [ferida] ainda consegue conduzir o veículo por alguns metros e veio a colidir contra a árvore na rua Antônio Maria”, esclareceu o delegado Gustavo.

Arma foi deixada em boca de pó
O disparo que matou Evenner teria sido feito por Soner, que era o dono da arma. “O tiro aconteceu fora [do carro], por isso o vidro do carona da caminhonete estava abaixado. Foi do vidro do carona, de fora para dentro que houve o disparo e a vítima fez a tentativa de se defender do disparo”, contou. “Quem atirou foi o Soner. A arma dele não foi localizada, foi encaminhada até um ponto de venda de drogas após o crime. Prendemos o traficante que confirmou isso. O inquérito está bem forte”, complementou o responsável pelas investigações.

Embora a confissão tenha sido apenas de um, a negativa do outro acusado não prejudicou o trabalho porque as provas foram contundentes, argumentou Gustavo Bueno. Quem confessou foi o Alexandre, o Soner nega. “Um deles confessou e estabeleceu toda a dinâmica. A confissão foi ratificada por provas. Conseguimos ratificar isso através das câmeras de segurança, de provas testemunhais que viram os dois embarcando na caminhonete da vítima”, ressaltou. “Está 100% esclarecido, a morte ocorreu para que eles não fossem denunciados. Houve o roubo e a vítima ficou amedrontada. Rodou com eles nas ruas de Corumbá, sob ameaça e para que não viesse à Polícia denunciar, foi feito o disparo fatal”, contou o titular do 1º Distrito.

Ainda de acordo com as investigações, os acusados teriam saído naquele dia com o intuito de roubar. “Embarcaram [no carro da vítima] na área central de Corumbá, talvez fossem fazer um programa e abordaram a vítima. Mas, já foram com a intenção pré-determinada de roubar. Sendo que o Alexandre, não sabia que o outro estava com arma de fogo, mas foram para roubar”, finalizou o delegado.

Soner Claros da Cunha e Alexandre Júnior Duarte da Silva foram presos provisoriamente na terça-feira seguinte ao crime. A Polícia pediu prisão preventiva dos dois há uma semana.

Fonte: Diário Online