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PMs e guarda-civil são condenados a mais de 600 anos por chacina

Dois policiais militares e um guarda-civil foram condenados nesta sexta-feira a mais de 600 anos de prisão pela morte de dezessete pessoas em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, na noite de 13 de agosto de 2015. Os policiais militares Fabrício Emmanuel Eleutério e Thiago Barbosa Henklain foram sentenciados a 255 anos, sete meses e dez dias e a 247 anos, sete meses e dez dias de prisão, respectivamente. O guarda-civil Sérgio Manhanhã recebeu pena de 100 anos e dez meses. Os condenados poderão recorrer da sentença, mas em regime fechado.

Além das mortes, o Ministério Público também acusou os policiais militares de sete tentativas de homicídio. O guarda civil, que teria atuado para desviar viaturas dos locais onde os crimes ocorreram, foi denunciado por onze mortes. Os três estão presos desde o início das investigações. Os assassinatos ocorreram em um intervalo de aproximadamente duas horas e, segundo a acusação, foram vingança pela morte de um policial militar e de um guarda civil naquele mesmo mês.

Nenhuma das vítimas tinha passagem pela polícia e não se comprovou relação delas com as mortes do policial militar e do guarda-civil que originaram a vingança. Antes de ler a sentença, a juíza disse que falaria às famílias das vítimas e chorou. “Nós, que trabalhamos com o Tribunal do Júri, trabalhamos com a dor”, afirmou. “A gente não se acostuma com as vidas perdidas na cidade.”

Para chegar à decisão, os jurados que formavam Conselho de Sentença responderam a cerca de 150 questões. Os réus foram condenados por homicídio doloso (com intenção de matar). Os jurados consideraram que houve motivo torpe – vingança – e a impossibilidade de as vítimas se defenderem. Também constaram que os réus integravam grupo de extermínio e os condenaram por formação de quadrilha.

Fonte: VEJA