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PF: parentes de Jucá usaram usina de concreto para desviar R$ 31 mi

A Polícia Federal de Roraima informou nesta quinta-feira (28) que os dois filhos e as duas enteadas do senador Romero Jucá (PMBD-RR) usaram uma “usina de concretagem” e uma “estratégia financeira” para desviar R$ 31 milhões da construção de moradias populares, em Boa Vista (RR), para as suas contas pessoais.

A PF deflagrou ontem, juntamente com a Receita Federal, a operação Anel de Giges, que investiga os quatro parentes do senador e executivos da empresa CMT Engenharia em esquema que teria desviado ao todo R$ 32 milhões. Foram cumpridos 17 mandados judiciais, sendo nove de busca e apreensão e oito de condução coercitiva em Boa Vista (RR), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG).

Entre os alvos estão os filhos de Romero Jucá, Rodrigo de Holanda Menezes Jucá e Marina de Holanda Menezes Jucá Marques, além de Luciana Surita da Motta Macedo e Ana Paula Surita Motta Macedo, suas enteadas. O marido de Luciana foi preso por posse ilegal de um fuzil e uma pistola.

Os quatro são proprietários da fazenda Recreio, que teve uma parte vendida para a construção do condomínio Vila Jardim, na capital de Roraima, dentro do programa do governo federal Minha Casa Minha Vida.

De acordo com o delegado Alan Robson, Superintendente Regional em Exercício da PF em Roraima, as investigações revelaram a venda superfaturada do terreno em R$ 1 milhão para a Caixa Econômica Federal. O valor de mercado do terreno era de aproximadamente R$ 3,5 milhões, mas foi vendido, segundo a PF, por ao menos R$ 4,5 milhões.

— Em buscas anteriores da investigação já foram encontrados dois valores de venda. Fala-se em R$ 4,6 milhões e em R$ 7,5 milhões. Esperamos que as conduções coercitivas e interrogatórios esclareçam qual valor foi efetivamente vendido.

Os outros R$ 31 milhões desviados, segundo a PF, saíram das obras das moradias, de responsabilidade da CMT Engenharia e calculadas em R$ 185 milhões.

De acordo com o superintendente da PF em Roraima, o desvio aconteceu nas declarações de compra de concreto. A CMT Engenharia declarava a compra de concreto a preços de mercado, mas o material era fabricado dentro da obra.

Três executivos da empresa CMT Engenharia também foram conduzidos coercitivamente ontem. Eles e os parentes de Jucá foram indiciados.

Fonte: R7