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Pernambuco e suas rodovias

peokkPor Edilson Xavier

O péssimo estado de conservação, e porque não dizer o estado deplorável em alguns trechos da Rodovia BR 232, vem traduzir à exaustão, o descaso com que o Estado vem tratando aquela importantíssima via de trafego que liga Recife à cidade de Salgueiro. Aflora a toda evidência que o total abandono e precariedade de nossas rodovias, mostra a dimensão da tragédia a que são submetidos diariamente os pernambucanos que precisam trafegar. Como é cediço, o Estado de Pernambuco possui uma malha rodoviária dividida em 142 rodovias estaduais, com 9.870 quilômetros que lhe cortam.

Metade dos quase dez mil quilômetros, nunca é demais repetir, estão quase que intransitáveis, sem que o órgão estadual, o DER – Departamento de Estradas e Rodagens se posicione e tente, pelo menos minimizar o grave problema. No entanto, até agora, parece não haver solução à vista, salvo pouquíssimas exceções, fruto do desespero das regiões, que sequer funcionam em outras localidades igualmente necessitadas de rodovias mais ou menos condignas de merecer esse nome. Nunca é demais esclarecer que em todas as regiões do Estado, existem as residências do DER, como em Salgueiro, Sertânia e Garanhuns, somente para exemplificar essas. Porém, nada é feito para que essas “rodovias” voltem a proporcionar um tráfego seguro.

Ora, se até mesmo a BR 232, que foi duplicada na década de 90 está parcialmente abandonada, o que dizer, então das demais rodovias pernambucanas? E o que alegar das rodovias do Pajeú? Na PE 292, entre Sertânia e Afogados, sequer transitam carroças a tração animal, tendo em vista seu estado deplorável, e o DER não se movimentar para minimizar os efeitos negativos. Entre as cidades de Bezerros, Camocim de São Félix e Bonito, no Agreste do Estado não há nenhum sinal de asfalto, o que ocorre entre Caruaru e Riacho das Almas e ainda entre Serra Talhada e Floresta.

O estado caótico se repete entre o Distrito de Albuquerque Né – Sertânia até à cidade de Teixeira, na Paraíba. Julgo pertinente e oportuna a indagação: por que as autoridades do Poder Executivo e do Legislativo não se sensibilizam para cobrar do Governo estadual a rápida recuperação dessas rodovias? Se omitem e silenciam por que essa política de recuperação das rodovias não proporcionam dividendos eleitorais? Observe-se que em todos os Municípios do Estado, os prefeitos e deputados são aliados, alguns de primeira hora e outros aderiram ao governador e sequer se preocupam com problema de extrema gravidade.

Deputados como Raimundo Pimentel, Sebastião Oliveira, Augusto César, Ângelo, Julio, Silvio Costa Filho e Izaias Régis, sequer cobram do DER ou do próprio governo que nossas rodovias sejam recuperadas, sob pena de não haver mais como transitar em algumas áreas do Estado. São quase seis mil quilômetros de rodovias praticamente intransitáveis. Sem falar nos acidentes que grassam a todo momento.

Edilson Xavier é ex-presidente da Câmara Municipal e da OAB de Arcoverde