A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou nesta segunda-feira (23) que autoridades de vigilância encontraram no Brasil a circulação do poliovírus selvagem tipo 1, um dos sorotipos que causam a poliomielite (pólio).
De acordo com uma nota divulgada pela agência da ONU, o vírus foi encontrado em amostras coletadas em março no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. Ainda segundo a organização, essa amostra seria similar a outra recentemente isolada de um caso na Guiné Equatorial.
O comunicado diz também que risco de o vírus da pólio encontrado no Brasil se espalhar internacionalmente é “muito baixo”, e da Guiné Equatorial é “alto”. Nenhum caso de contaminação humana foi relatado até o momento.
‘Achado ocasional’
Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, a detecção do poliovírus na amostra coletada em março foi um achado ocasional. Uma amostra coletada no mesmo local um mês depois já não apontava a existência do vírus.
Barbosa explica que, desde que foi decretada a erradicação do vírus no país em 1994, não são recomendadas coletas sistemáticas de amostras para a pesquisa do vírus. Mesmo assim, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) continua monitorando dois pontos no Estado de São Paulo. Nessas amostras, pesquisa-se pela presença de vários tipos de vírus, além de componentes químicos.
Um desses pontos é o esgoto do aeroporto de Viracopos. “Foi como achar uma agulha num palheiro gigantesco”, diz o secretário.
A situação da poliomielite no Brasil é monitorada, segundo Barbosa, por meio da garantia da cobertura vacinal e também pela observação dos casos de paralisia flácida aguda. Trata-se de um tipo de paralisia que pode ser provocado por vários tipos de vírus, inclusive o poliovírus. Para cada paciente com a doença, é feita a pesquisa pelo poliovírus nas fezes.
“Não teve aumento além do esperado (de paralisia flácida aguda) nem detecção de poliovírus. Por isso consideramos que o achado não tem nenhum significado sanitário importante”, diz Barbosa.
Mesmo sendo um achado ocasional, segundo Barbosa, foi importante notificar a OMS para comunicar as autoridades de saúde da Guiné Equatorial sobre a necessidade de reforçar a vacinação, principalmente para pessoas que saem do país.
Fonte: G1