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O absurdo do RH

durvalArtigo de opinião

Existem apadrinhamentos profissionais que nos deixam revoltados, com vergonha e sem ânimo em continuar investindo na atualização profissional. Essas indicações quase sempre resultam em profissionais incompetentes que consequentemente prejudicam profissionais capacitados. Observamos ainda mais injustiças na área de recrutamento e seleção de pessoal.

Por incrível que possa parecer, antigamente às agências de emprego exigiam um verdadeiro absurdo: a incoerência entre a idade máxima do candidato a determinados cargos e qualidade de anos de experiência. Vejamos: era comum a solicitação de candidatos, especialmente para posições de chefia, com o limite de 30 anos e experiência mínima de 05 anos em função de comando. Ora, se a pessoa ingressa na faculdade no mínimo aos 18/20 anos e conclui o curso aos 23/25, como supor que aos 30 já apresente uma trajetória de 05 anos como executivo? As probabilidades são remotas. Na verdade, o profissional assume cargos de liderança, em geral pelo menos 30 anos de idade.

Essa política era adotada pelas empresas que utilizavam as agências como intermediárias, exatamente para não aparecerem no mercado como discriminadoras. Com isso engrossavam o contingente de desempregados em um país chamado de “jovens”.

Enfim, atualmente analisando o oposto desta situação, posso afirmar que ainda existem certos preconceitos que, como o próprio título mostra, no mínimo imoral, pois deixar de fora do mercado de trabalho um cidadão com 40 anos de experiência e 70 anos de idade pelo simples fato de ter idade avançada, não nos cabe imaginar que essa forma de tratamento ainda possa persistir, pois devido a experiência adquirida com o passar dos tempos, poderá sim comandar um cargo eletivo ou mesmo a diretoria de uma empresa privada ou estatal, porque nessas posições valerão seus conhecimentos adquiridos no exercício de suas funções e não em seus cabelos brancos. O que essas empresas por sinal não reconhecem é o fato de que estão faltando profissionais no mercado com experiência e qualificação.

Durval Buarque – buarque@oi.com.br