A única montadora de Resende que ainda não havia sinalizado mudanças em seu quadro de colaboradores não resistiu à crise do setor automobilístico. A empresa, que se instalou em abril no local e que trabalhava com apenas um turno, havia informado ao JB por meio de sua assessoria de imprensa na semana passada que ainda não considerava realizar demissões ou programas de afastamento.
O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense informa nesta quarta-feira (10), no entanto, que “diante da crise no setor automotivo e das diversas tentativas da Nissan, negociadas com a direção do sindicato, para evitar demissões, a montadora japonesa adotou o lay-off, que consiste na suspensão temporária de trabalho”.
Trata-se da suspensão de 290 contratos de trabalho, que seria resultado da redução da produção da montadora japonesa, que passou para 15 carros por hora. De acordo com o sindicato, a medida foi tomada depois de meses de negociação com a entidade, que alega ter exigido a garantia da manutenção dos benefícios e salários integrais dos trabalhadores. A medida se deve a redução da produção da montadora japonesa.
A empresa já implementado o day-off, utilizando o banco de horas, para o ajuste na produção. Depois veio a antecipação e concessão de férias coletivas e a programação de novas férias coletivas para o período do Natal e Réveillon. A necessidade de um novo ajuste na produção, no entanto, teriam incentivado a redução temporária da mão de obra.
“A crise no setor automotivo é nacional. Os trabalhadores do Sul Fluminense estão sofrendo com o medo e a expectativa de demissões há meses. O sindicato tem procurado negociar, apelando para o bom senso das empresas, na busca de evitar demissões com a garantia dos benefícios. A perspectiva para o setor está melhorando, hoje o mercado já vem apresentando a possibilidade de reaquecimento. Torcemos por isso”, diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Silvio Campos.
Fonte: Jornal do Brasil
