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MPF vê suspeita em R$ 3,3 bi pagos a 874 mil beneficiários do Bolsa Família

bolsaLevantamento do Ministério Público Federal (MPF) encontrou mais de 874 mil beneficiários do programa Bolsa Família suspeitos de receberem o repasse dos recursos de forma indevida. De acordo com o levantamento, o repasse a essas pessoas chega a R$ 3,3 bilhões entre o início de 2013 e maio deste ano.

Segundo o MPF, o levantamento apontou grupos de beneficiários com indicativos de renda incompatíveis com o perfil de pobreza ou extrema pobreza exigido pelas normas do programa.

De acordo com o levantamento, as bases de dados cruzados foram fornecidas pelo próprio governo federal, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pela Receita Federal e pelos Tribunais de Contas estaduais e municipais.

Entre essas pessoas que supostamente receberam repasses sem se enquadrarem nas normas do Bolsa Família estão empresários; mortos; servidores públicos com famílias de até quatro pessoas; doadores de campanha; e servidores doadores de campanha (independentemente do número de pessoas na família).

O Ministério Público analisou todos os valores pagos pelo Bolsa Família no período de 2013 a maio de 2016. Nesse período, o governo federal pagou, aos 21,4 milhões de beneficiários, R$ 86,1 bilhões.

Ao analisar os dados, o MPF encontrou indícios de irregularidades nos repasses a 874.115 beneficiários, o que representa 4,07% do total. Essas pessoas receberam, em pouco mais de três anos, repasses que somados chegam a R$ 3,31 bilhões – ou 3,84% do total repassado pelo governo.

O MPF enviou recomendações a 4.703 prefeituras no período de julho a setembro deste ano, com prazo de 60 a 120 dias para que os gestores municipais informassem o número de irregularidades confirmadas e de benefícios cancelados. As respostas às recomendações ainda estão sendo recebidas e processadas pelo órgão.

O levantamento do Ministério Público aponta que em apenas 30 cidades do país não foram encontrados indícios de pagamentos suspeitos.

Fonte: G1