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MPF pede cassação de benefícios de delação premiada de Delcídio do Amaral

O Ministério Público Federal no Distrito Federal pediu que a Justiça suspenda os benefícios concedidos pelo órgão ao ex-senador Delcídio do Amaral em seu acordo de delação premiada. Segundo o procurador da República Ivan Marx, ao afirmar que o ex-presidente Lula tentou comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Delcídio tentou camuflar o próprio interesse no caso. Como consequência, o MPF pediu a absolvição do ex-presidente e do banqueiro André Esteves, acusado do mesmo crime.

Para o órgão, também devem ser condenados o advogado Edson de Siqueira Ribeiro Filho e os denunciados Maurício Barros Bumlai, José Costa Barros Bumlai e Diogo Ferreira Rodriguez. No caso de Diogo, benefícios decorrentes da colaboração devem ser mantidos.

De acordo com o procurador Ivan Marx, o pagamento de R$ 250 mil para comprar o silêncio de Cerveró, que à época cumpria prisão preventiva, não foi encomendado ou interessava a Lula, como afirmou Delcídio na delação premiada e em depoimento à Justiça. Interessava, na verdade, ao próprio ex-parlamentar.

Segundo o MPF, as provas produzidas durante as investigações mostraram que o então senador tinha motivos para tentar evitar que Nestor Cerveró assinasse acordo de delação. O principal deles era impedir a revelação de que Delcídio recebeu R$ 4 milhões da construtora UTC como propina e que o dinheiro foi usado em caixa dois de sua campanha ao governo do Mato Grosso.

Mas, orientado por Edson de Siqueira Ribeiro Filho, diz o MPF, nos primeiros anexos entregues ao Ministério Público, Nestor Cerveró informara falsamente que os valores foram destinados à campanha presidencial de Lula de 2006.

Fonte: Consultor Jurídico